A Jornada da Azos: Insurtech Conta com Mais de R$ 250 Milhões de Investimento e Quer Transformar o Mercado de Seguro de Vida no Brasil

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A história da Azos começa em 2019, quando Rafael Cló, então morando nos Estados Unidos, vivenciou uma experiência frustrante com uma apólice de seguro de vida contratada no Brasil. O cartão que fazia o pagamento automático da apólice venceu e ele não conseguiu resolver a questão de forma digital. O corretor que tinha vendido o produto não trabalhava mais na empresa e o departamento financeiro da companhia demorou semanas para realizar a mudança, o que gerou multas e taxas.

Essa situação, somada à percepção do crescente número de startups inovando no mercado de seguros nos EUA, inspirou Rafael a empreender. Ele acreditava que havia uma oportunidade de oferecer um seguro de vida de maior qualidade, mais flexível e com atendimento voltado para o consumidor. Com esse impulso, o empreendedor entrou em contato com Bernardo Ribeiro e Renato Farias. Juntos, começaram a estudar o mercado e, em julho de 2020, fundaram a Azos, com o objetivo de transformar o seguro de vida no Brasil.

O primeiro passo para tornar esse sonho realidade foi um investimento inicial que conectou a Azos a grandes nomes do mercado global de tecnologia e seguros. Através de um professor do MBA em Stanford, Rafael e Renato se conectaram com Assaf Wand, cofundador da Hippo, uma das maiores insurtechs do mundo. Embora Assaf tenha chegado quinze minutos atrasado à reunião, o encontro de uma hora e meia trouxe o primeiro investidor da empresa, além de outros apostadores, como Hans Tung, que esteve nove vezes na lista da Forbes de maiores venture capitalists do mundo, tendo investido em empresas como Tik Tok, Airbnb e Slack.

Em abril de 2020, a Azos realizou sua primeira rodada de investimentos, no valor de R$ 375 mil, liderada por Assaf Wand e outros co-investidores do setor de tecnologia e seguros. A segunda rodada seed aconteceu em outubro de 2020, totalizando R$ 12 milhões, com participação de fundos como Kaszek, Maya Capital e Propel, além de investidores anjos. Em 2021, a startup garantiu R$ 55 milhões na Série A, liderada pela Prosus, dona do iFood e agora da Decolar.com, com a participação dos investidores das rodadas anteriores. Em 2022, a empresa recebeu uma extensão da rodada com a Munich Re Ventures, resseguradora global, no valor de R$ 33 milhões. 

Esse mês, a Azos anunciou a sua rodada de Série B no valor de R$170 milhões, liderada pela Lightrock,  plataforma global com foco em investimentos de impacto e alto crescimento, que será direcionada para expandir a operação para todo o país e para investimentos em tecnologia.  Também participaram da rodada os fundos Kaszek Ventures, Prosus, Munich Re Ventures e Maya Capital – que já são investidores da Azos, e Kevin Efrusy, um dos primeiros investidores do Facebook. Ao todo, já são mais de R$250 milhões captados em menos de 5 anos e R$60 bilhões em capital segurado. 

Em seu modelo de negócio, a Azos conta com duas grandes parceiras: a Excelsior Seguros, uma das maiores seguradoras do país, responsável por emitir as apólices, e a Swiss Re, uma das maiores resseguradoras do mundo, que garante a segurança e solidez do capital segurado. 

Embora a Azos tivesse o potencial para gerar lucro logo nos primeiros anos, a prioridade da empresa foi focar no crescimento acelerado. “A oportunidade de crescer rápido nesse mercado é grande”, explica Rafael. Assim, a empresa continuou investindo fortemente em tecnologia, expansão e na contratação de talentos. 

Desde o início, a Azos teve como objetivo resolver as dificuldades enfrentadas por clientes e corretores com as seguradoras tradicionais. Processos burocráticos, exigência de exames médicos e a falta de flexibilidade nas apólices eram algumas das principais dores do mercado. O negócio surgiu com a proposta de transformar a experiência de contratação e venda de seguros de vida, oferecendo soluções rápidas, flexíveis e acessíveis, com a possibilidade de escolher coberturas específicas sem a obrigatoriedade de contratar pacotes fechados, como era comum nas seguradoras tradicionais.

“Como toda startup de tecnologia, também enfrentamos desafios complexos nos primeiros anos. A contratação de pessoas que acreditassem no sonho de construir uma empresa diferente em um mercado tradicional foi um dos maiores obstáculos. Além disso, definir as funcionalidades essenciais para o produto e escolher a melhor estratégia de go-to-market para gerar tração também foram decisões difíceis”, relembra Rafael.

À medida que a empresa começou a escalar, surgiram novas dificuldades: manter a cultura organizacional e engajar os talentos em meio do rápido crescimento do time, além de otimizar processos internos, como os atendimentos aos corretores e clientes. A escalabilidade do produto também representou um desafio, com algumas funcionalidades que não atendiam às expectativas de parceiros.

Nesse período, a Endeavor teve um papel importante na jornada da Azos, oferecendo apoio estratégico e facilitando a troca de experiências com outros empreendedores. “Ser um Empreendedor Endeavor é exatamente ajudar nossos colegas a resolverem problemas que já enfrentamos e também pedir ajuda a uma rede de pessoas extremamente qualificada”, explica Rafael. “Durante o processo recebemos ótimas críticas e provocações que complementaram a nossa estratégia de crescimento. Não são conversas fáceis e confortáveis, mas justamente por isso o processo de tornar empreendedor Endeavor é tão enriquecedor”, finaliza.  

Para 2025, a Azos planeja expandir significativamente, dobrando seu tamanho e ampliando seu portfólio de produtos, além de expandir a operação para todo o país. A empresa está determinada a continuar oferecendo soluções inovadoras para a contratação e venda de seguros de vida, com foco na experiência do cliente e dos corretores parceiros e na utilização de tecnologia de ponta para garantir mais flexibilidade e acessibilidade.

“Estamos confiantes que nos tornaremos a maior empresa de seguros da América Latina nos próximos 10 anos,” conclui Cló. 

A Endeavor é uma rede global presente em mais de 40 países e formada pelos empreendedores e empreendedoras que mais crescem no mundo. No Brasil desde 2000, acelera negócios com potencial escalável por meio do programa Scale-Up e promove conexões entre os maiores líderes do país e empreendedores em início de jornada. Também investe em startups em fases Seed e Series A, com o fundo Scale-Up Ventures.

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