Mulher com suspeita de Alzheimer descobre que tinha, na verdade, um tumor no cérebro

Mulher com suspeita de Alzheimer descobre que tinha, na verdade, um tumor no cérebroRedação

Alteração comportamental, perda de memória e fortes dores de cabeça podem ser o sinal de um tumor cerebral. Foi o que a aposentada Aparecida Pinoti Molina, de 69 anos, descobriu após uma investigação mais aprofundada de seus sintomas. Ao realizar exames de imagem, a moradora de Cedral recebeu a informação de que, na verdade, estava com um tumor de cerca de 5 centímetros na cabeça.

Dr. Ricardo Caramanti, neurocirurgião do Hospital de Base, explica que os tumores cerebrais, principalmente com acometimento da região frontal, podem gerar muitos tipos de alterações de comportamento.

“O paciente pode ter uma depressão que não melhora, mudanças de humor, ficar mais desinibido, ou até mesmo esquecido. Estas alterações podem ser mais evidentes, porém muitas vezes são sutis”, cita.

Como os sintomas incluíam esquecimento e quadros de confusão mental, dona Aparecida buscou atendimento médico na cidade em que reside com suspeita de Alzheimer, mas, após realizar uma ressonância descobriu que estava com um tumor cerebral.

“Me indicaram passar por um clínico geral e ele pediu que eu fizesse uma ressonância magnética. Com o resultado, descobrimos que o que eu tinha, na verdade, era um tumor cerebral”, lembra.

O especialista explica que é fundamental não desconsiderar qualquer sintoma que possa estar relacionado ao desenvolvimento de um tumor, mesmo que à primeira vista não pareça grave.

“Muitas vezes, em razão da mudança comportamental, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como depressão e Alzheimer. Para os médicos do atendimento primário, não hesitem em encaminhar pacientes com sintomas que possam indicar um tumor para atendimento especializado. O tempo é um fator crucial, e quanto mais cedo for feita a investigação, maiores as chances de sucesso no tratamento”, complementa.

Com o diagnóstico, dona Aparecida foi encaminhada para o Hospital de Base de Rio Preto e realizou a cirurgia de meningioma, um tumor benigno, com cerca de 5 centímetros de tamanho. “Correu tudo bem na cirurgia. Fiquei menos de uma semana internada e hoje estou bem, os sintomas de esquecimento, confusão e dor de cabeça passaram. O que posso dizer é que se alguém começar a esquecer das coisas, procure um médico e faça exames para ter certeza do diagnóstico”, cita.

O neurocirurgião explica que o tratamento varia de acordo com a localização e tipo de tumor, sendo individualizado. Dentre as modalidades disponíveis estão cirurgias minimamente invasivas, radioterapia e quimioterapia.

“No caso da cirurgia, hoje o HB dispõe dos melhores microscópios cirúrgicos existentes no mercado, que são o Zeiss Kinevo 900 e Leica OHX. Ambos contam com fluorescência intra operatória, que ajuda na localização e ressecção menos invasiva do tumor. Também possuímos o Neuronavegador com conexão com o sistema Buzz que ajuda na mesma finalidade. Falando de cirurgia, atualmente utilizamos a mesma tecnologia dos melhores centros dos Estados Unidos, além de que nossa equipe multidisciplinar é uma das mais qualificadas do Brasil”, finaliza.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.