Não é, mas é parecido. Pode ser? Por Vivian Ritter

Vivian Ritter escreve sobre as modificações na política de comunicação, que, segundo ela, supera qualquer imitação – e pode ser a chave para conquistar o público.

Vivian Ritter escreve sobre as modificações na política de comunicação.

Reservadas as habilidades da turma que faz imitações, standup comedy e humoristas em geral, é bem difícil tentar imitar alguém especialmente no que tange a comunicação oratória, jeito de vestir, jeito de andar. Você pode estar dizendo que é possível imitar uma fala. Concordo, mas essa imitação dificilmente duraria uma campanha inteira com todos os seus desafios, provocações e desdobramentos.

Nesta última semana participei de um evento cuja presença majoritária era de políticos e alguns tiveram seu tempo de fala. Chamou-me a atenção quando um deles reconheceu não ser um conhecedor das técnicas de oratória e de comunicação e por isso delegava para sua equipe, a qual fez fortes elogios.

Sabe-se que atualmente é o político que precisa desenvolver suas competências de comunicação, ou seja, das soft skills e não somente seus assessores e sua mais renomada equipe. É o político que precisará comunicar-se nas redes sociais e nas ruas, algumas vezes no improviso, sendo solicitado de repetente sem tempo para preparar uma fala dentro das melhores técnicas de comunicação assertiva.

Não é demais lembrar que as pessoas são singulares e imprimem seus jeitos e trejeitos por onde passam. Retornando ao tema do político que reconheceu sua inabilidade com as mais contemporâneas técnicas de comunicação, lembro ter reparado que por várias vezes durante o seu discurso a plateia caiu em gargalhadas. Imediatamente pensei: ele tem como característica o bom-humor e isso deveria ser aproveitado porque essa característica é genuína, natural, fácil. Sobre o jeito bem-humorado que cativa a plateia que sua equipe de marketing poderia se debruçar e aproveitar aquela característica cria vínculo com o público, afinal todas as emoções de alta intensidade e com valência positiva, como neste caso citado, ficam mais facilmente retidas na nossa memória.

Imitar e copiar tem prazo de validade e, muitas vezes, ele é curto e já se esvai no primeiro pronunciamento, justamente com uma frase, aquela frase mal-dita.


Profª Drª Vivian Ritter é pós- Doutorada em Direito e Filosofia, Psicanalista e Especialista em Neurociência, Comportamento e Desempenho. Professora de pós-graduação, há 20 anos desenvolvendo pessoas, lideranças e organizações.

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