Papa para a Quaresma: “caminhemos juntos na esperança”

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma foi divulgada hoje; tempo litúrgico começa na próxima Quarta-Feira de Cinzas, 5

Da Redação, com Boletim da Santa Sé 

Papa Francisco na Audiência Geral de 12 de fevereiro, dois dias antes de ser internado / Foto: Alessia Giuliani / Hans Lucas via Reuters Connect

“Caminhemos juntos na esperança” é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano. O texto da reflexão foi divulgado nesta terça-feira, 25.

Francisco recorda que, com o sinal penitencial das cinzas sobre a cabeça, os fiéis iniciam a Quaresma, na fé e na esperança. No contexto do ano jubilar, o Pontífice quis partilhar, na mensagem para o período em 2025, o significado de caminhar junto na esperança, evidenciando os apelos à conversão.

O lema do jubileu – “Peregrinos de Esperança” – traz à mente a longa travessia do povo de Israel em direção à Terra Prometida, recorda Francisco. Ele destaca que não se pode recordar o êxodo bíblico sem pensar em tantas pessoas que hoje fogem de situações de miséria e violência e vão à procura de uma vida melhor para si e para seus entes queridos.

“Aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade?”.

O Papa indica que deixar-se confrontar com a realidade concreta de algum migrante e se questionar sobre isso seria um bom exercício quaresmal.

Conversão à sinodalidade

“Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus”

A proposta de Francisco é que este seja um caminho feito em conjunto, nunca como viajantes solitários. Ele destaca que o Espírito Santo impele cada um a sair de si mesmo para ir ao encontro de Deus e dos irmãos.

“Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus (cf.Gl3, 26-28); significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência.”

Para esta Quaresma, o convite é para que cada um verifique se, nas suas vidas e famílias, são capazes de caminhar com os outros, vencendo a tentação da autorreferencialidade. Se, com gestos concretos, sabem ter uma atitude acolhedora com relação àqueles que se aproximam e a quantos estão distantes. Este é o segundo apelo que o Papa traz à sua mensagem: a conversão à sinodalidade.

Caminhar na esperança

“A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo!”

O terceiro apelo do Papa diz respeito à esperança. Francisco enfatiza a necessidade de trilhar esse caminho junto, mas também na esperança de uma promessa, lembrando que “a esperança não engana”, ponto central do jubileu.

Citando a encíclica Spe salvi, de seu predecessor, Bento XVI, Francisco lembra que o ser humano precisa daquela certeza que o faça exclamar que nada poderá separá-lo do amor de Deus, que está em Cristo Jesus. “A morte foi transformada em vitória e aqui reside a fé e a grande esperança dos cristãos: na ressurreição de Cristo!”

O Papa enfatiza, por fim, que a esperança é a “âncora da alma”, e pede a intercessão da Virgem Maria na caminhada quaresmal.

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