St Marche Solicita e Consegue Suspensão Parcial de Dívidas para Evitar Recuperação Judicial

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Na última segunda-feira (17), o grupo St Marche solicitou à Justiça de São Paulo uma proteção para renegociar suas dívidas com credores. O pedido foi feito pela STM Participações (holding do grupo) e as empresas operacionais Hortus, Alimentum, Virtus, Astrum, Fider, Via e Fortis. O objetivo da solicitação de tutela de emergência feita ao Tribunal de Justiça de São Paulo, é impedir que seus credores declarem vencimento de dívidas de forma antecipada, além de suspender as que estão em negociação e que já tiveram vencimento antecipado.

Esse tipo de proteção costuma ser pedido para evitar uma recuperação judicial ou extrajudicial.

O grupo ainda incluiu no pedido a liberação do valor recebível de cartões de crédito e débito, contas vinculadas e investimentos — alegando que seriam importante para não esvaziar o fluxo de caixa. No processo, o St Marche argumenta que está em dificuldades financeiras e buscando outras formas de quitar o valor devedor. No entanto, apenas parte de suas solicitações foram atendidas. O juiz Jomar Amorim decretou que dívidas que não podem ser incluídas em uma possível recuperação judicial não serão adiadas e a empresa não terá acesso aos recebíveis por cartão.

Entre 2021 e 2023, a rede de mercados investiu fortemente na abertura de novas franquias, mas não conseguiu abrir seu capital na bolsa de valores. Segundo o grupo, as altas taxas de juros e o caso Americanas tornaram a concessão de crédito mais rigorosa. Com 31 unidades, o St Marche é também é dono do Empório Santa Maria, que possui 2 unidades, todas em São Paulo. A rede de supermercados é focada em clientes de alta renda.

Dívida de R$ 639 milhões

Nos autos do processo, consta que a rede de mercados  soma em torno de R$ 639 milhões em dívidas. O maior credor é o BTG Pactual, com R$ 275 milhões a receber. Em termos de renda fixa, o grupo acumula dívida de R$ 8,25 milhões com a Quatá Clo Plys. Além dos passivos em aberto com a Ecoagro em certificados de recebíveis do agronegócio (R$ 224,8 milhões), Santander (R$ 23,2 milhões), Via Invest (R$ 13,9 milhões) e Daycoval (R$ 9,9 milhões).

Em janeiro, a empresa teve faturamento bruto de R$ 94 milhões, só que R$ 60 milhões foram usados como garantia de dívidas e os pagamentos líquidos foram de R$ 103 milhões. Consequentemente, o saldo do St Marche ficou negativo em R$ 10 milhões. A Forbes entrou em contato com o grupo St Marche, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.

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