Síndrome de Havana: jornal acusa Rússia de contaminar pessoas com ‘arma biológica’

O programa 60 minutos, da CBS, uma grande emissora americana, diz ter descoberto que a Rússia estaria por trás da contaminação de diplomatas e espiões norte-americanos com a “Síndrome de Havana”.

Síndrome de Havana: jornal acusa Rússia de contaminar pessoas com 'arma biológica'

Síndrome de Havana causa dores de cabeças, enjoos e outros sintomas – Foto: Reprodução/Freepik/ND

A síndrome de Havana

De acordo com uma investigação de cinco anos feita em parceria com a revista alemã Der Spiegel e o site investigativo The Insider, os sintomas da síndrome incluem enxaquecas, náuseas, falhas de memória e tonturas.

Segundo o jornal, há indícios que apontam para uma possível ligação entre os ataques relacionados à “síndrome de Havana” em Tbilisi, Geórgia, e uma unidade secreta russa.

Essas evidências recentes foram descritas por uma fonte confiável como um tipo de “recibo” dos testes de armas sonoras realizados por esse centro de inteligência russo.

Algumas vítimas dos ataques relataram ter ouvido sons “muito altos” pouco antes de apresentarem os sintomas associados à síndrome.

O jornalista investigativo Christo Grozev conseguiu identificar o centro de inteligência, chamado de “Unidade 29155”. Ele explicou no programa da CBS que o local era usado como espaço para abrigar assassinos e sabotadores.

Segundo relatos da CBS, Grozev, um investigador, expressa a convicção de ter descoberto um documento que pode conectar uma unidade de inteligência russa a uma possível arma de energia acústica.

Esse documento menciona os serviços prestados por um membro da unidade ao governo russo, enfatizando “as capacidades potenciais de armas acústicas não letais”.

Rússia é acusada de usar arma biológica

Investigador diz que Rússia seria capaz de projetar esta arma – Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS

O jornalista afirma à CBS: “Acreditamos que os membros da Unidade 29155 estavam lá para facilitar, supervisionar ou talvez até implementar pessoalmente ataques a diplomatas americanos, a funcionários do governo americano, usando uma arma sônica.”

No entanto, mesmo diante dessas descobertas, a reportagem ressalta que não há uma resposta definitiva sobre a autoria desses incidentes. Em 2022, a CIA afirmou que é improvável que a Rússia ou outro “ator estrangeiro” tenha sido responsável pela maioria desses incidentes.

Em resposta às alegações, o Kremlin rejeitou vigorosamente o relatório, afirmando que não foram apresentadas evidências para sustentar tais acusações e que as alegações veiculadas na mídia eram infundadas.

Como eles seriam infectados?

Em um estudo de ressonância magnética publicado no periódico JAMA em 2018, foi observado que os diplomatas afetados em Cuba possivelmente sofreram lesões cerebrais, embora a causa dessas lesões não tenha sido determinada.

No entanto, há diversas teorias sobre a causa dos sintomas, incluindo o uso de armas de micro-ondas, porém, nenhum consenso foi alcançado entre os especialistas.

Um comitê de especialistas das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos sugeriu em 2020 que a energia de micro-ondas, especificamente a energia de radiofrequência pulsada dirigida, poderia ser o mecanismo mais plausível para explicar os casos, mas ressaltou que cada causa possível permanece especulativa.

Em contraste, um relatório de 2023 da agência de inteligência norte-americana não encontrou evidências confiáveis de que qualquer adversário estrangeiro possua uma arma ou dispositivo capaz de causar essas lesões.

O relatório sugeriu que a síndrome provavelmente foi causada por uma combinação de fatores, como condições médicas preexistentes, doenças convencionais e fatores ambientais.

As agências de inteligência dos EUA envolvidas na investigação concluíram que é muito improvável que um adversário estrangeiro esteja envolvido.

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