Os Combustíveis Renováveis e a Liderança Estratégica do Brasil

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Vivemos em um mundo que necessita intensificar a busca de soluções para descarbonizar seu processo de produção econômica tendo em vista as alterações climáticas observadas ao longo dos últimos anos.

O país está na dianteira e na vanguarda da transição energética uma vez que 49,1% da energia consumida é oriunda de fontes renováveis, sendo eólica, solar, e da biomassa, cana e mais recentemente, milho. Desse modo, cumpre o seu papel liderando a competição dos países que tem a sua matriz energética baseada no uso de combustíveis renováveis

Com o lançamento dos carros flex, no ano de 2002, o uso do etanol se consagrou como alternativa legitimamente brasileira, de uso de combustíveis renováveis em substituição à gasolina.

O Brasil tem o maior mandato de mistura de etanol na gasolina do mundo, somos vanguardistas e exemplo para o mundo. O país já economizou US$ 200 bilhões e deslocou 2,5 bilhões de barris de petróleo.

A Lei 14.993/24, do Combustível do Futuro, representou um grande marco para o Brasil e reafirmou a sua posição de líder na Transiçao Energética. Dentre outras, a partir desta, temos potencial para chegar a 35% de mistura de anidro na gasolina.

Temos capacidade de produção instalada e autorizada pelos órgãos reguladores para produzir esse etanol. Temos mais 12% dessa capacidade em fase de expansão, sendo que 65% estão em construção.

Com o E27 já mitigamos 74,1 gCO2 equivalente por MJ, e com o E30, serão 3,1 milhões de ton de CO2 equivalentes por ano, o correspondente ao plantio de 7,7 mil hectares de floresta por ano. Com o E35 esses números triplicam.

Isso continua trazendo melhoria para a balança comercial do Brasil, empregando e produzindo renda para municípios com baixo IDH, especialmente para os projetos em Estados menos desenvolvidos, onde as unidades se ali se instalam.

Todas estas projeções de aumento de oferta de bioenergia contribuem para o enfrentamento da emergência climática, pauta reinante dos dias atuais.

E o etanol 1G tem grandes perspectivas de expansão no mundo através da cana e do milho, em especial para atendimento de hidrogênio e SAF, e com reais possibilidades de integração com outras cadeias produtivas.

Importante ressaltar que a área de cana de açúcar para produção de biocombustíveis ocupa hoje 0,67% da área total do Brasil, garantindo segurança energética COM segurança alimentar. Desse modo, a produção de biocombustíveis no Brasil não interfere na produção de alimentos. Não há competição entre elas. É por isso que o Brasil mantém a liderança e o protagonismo na produção de combustíveis renováveis.

*Cintia Ticianeli é produtora rural, economista e diretora financeira na Agro Serra Industrial, em São Raimundo das Mangabeiras(MA). É diretora de Relações Institucionais do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Maranhão e do Pará, faz parte do Conselho de Agronegócio da Confederação Nacional das Indústrias, é conselheira do Coagro, conselheira da União dos Produtores de Cana de Açúcar do Oeste Paulista (Udop), conselheira do Cosag, o conselho de agro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, e faz parte da Câmara de Produtores de Cana de Açúcar da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), além de vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão.

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