Você Treina Seu Cérebro para Sentir Dor? Neurocirurgião Explica Como Evitar Maus Hábitos

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As dores crônicas atingem cerca de 36,9% dos cidadãos com mais de 50 anos no Brasil, aponta a edição de 2023 do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos. No mundo, a dor lombar é a principal causa de inaptidão dos adultos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mensalmente, 70% das mulheres e 50% dos homens padecem de dores de cabeça, estima a Sociedade Brasileira de Cefaleia.

Apesar da recorrência deste tipo de sofrimento corporal, a dor não precisa — e não deve — ser sentida. “Tem paciente que diz: ‘Eu não tomo remédio para dor porque eu acho importante sentir’. Porém, o cérebro é treinado para se fortalecer naquilo que ele recebe estímulo. Então, a pessoa pode começar a sentir dores onde ela não tinha”, exemplifica o Dr. Marcelo Valadares, médico e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e fundador do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas.

Para o neurocirurgião, o senso comum de que a angústia é “normal” atrapalha a evolução do combate à dor. “Isso sempre foi um grande problema. O grupo [de tratamento de dor] foi criado justamente para reunir profissionais e enfrentar essa doença de uma forma diferente e especializada, levando a sério os sintomas para tratá-los com os medicamentos e procedimentos mais adequados e modernos”, comenta Valadares.

O médico também reforça a importância de hábitos saudáveis para uma vida livre de dores. “Hoje em dia, existem inúmeros recursos terapêuticos. No entanto, é preciso entender que só o remédio não basta, devemos cuidar do nosso corpo, fazer exercícios físicos, manter nossa mente sã e ter hobbies. Nem todo mundo tem tempo para isso. Mas, quando possível, melhore a sua qualidade de vida, porque a percepção da dor está dentro da sua cabeça”, afirma o especialista.

Segundo o Dr. Marcelo Valadares, membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, ninguém pode se “entregar” ou se “acostumar” com o incômodo. “Pesquise, busque outras opiniões.”

Estimulação Cerebral Profunda

Para casos graves, a tecnologia de estimulação cerebral profunda (DBS) é uma opção. Por meio de uma cirurgia, um ou dois eletrodos são implantados em áreas específicas do cérebro para modular a atividade elétrica dos neurônios.

“Os dispositivos bloqueiam os impulsos de dor na medula para que eles não atinjam o cérebro. Essa é uma área extremamente complexa, que nasceu da dificuldade de encontrar técnicas para tratar outras doenças, como o Parkinson”, complementa o pesquisador.

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