Os cachorros estão nas praias. O que é possível fazer?

O anúncio do prefeito Topázio Neto (PSD), feito há uma semana, sobre a possibilidade de cães frequentarem as praias de Florianópolis me causou espanto. Havia decidido não me manifestar, diante da falta de pragmatismo da proposta. Prefeito, os animais estão nas praias! O número de cachorros sem dono que frequentam as 42 praias da Ilha é imenso! E eu digo o motivo: Os animais que não têm tutores costumam estabelecer algumas relações de companheirismo com outros bichos e com pessoas, que em geral passam a alimentá-los. Então, os cães acabam indo aos locais nos quais são bem aceitos, justamente a ideia que criou o animal comunitário. E, para estes cães não adianta estabelecer horários para entrada e saída da praia, pois eles não seguem este tipo de norma.

Cachorros levam outras coisas em conta, afetos, comida e diversão. Eles têm muito em comum com os seres humanos e uma delas é a rebeldia. Eles não irão sair das praias porque acabou o horário deles. E o que o será feito? Eu entendo que o prefeito tenha estabelecido o regramento de horário para os animais frequentarem as praias com seus tutores, mas este número é ínfimo, diante dos animais que vivem nestes locais.  Aí com a Lei, caso seja aprovada, e como o prefeito tem maioria na Câmara de Vereadores, é muito possível que a proposta seja vitoriosa, o que será feito com os animais que não têm alguém sinalizando o momento adequado para se retirar? Eu temo expulsões violentas. Animais sendo perseguidos porque não deveriam estar mais nas praias…

Em 2018, a então vereadora Maria da Graça Dutra (PDT) decidiu apresentar projeto semelhante. Na época o representante do CMRV (Conselho Regional de Medicina Veterinária, Fenando Zachhi, afirmou que a ideia poderia representar a propagação de doenças. A bióloga Regina Ripamonti deu declaração diferente à Diretoria de Comunicação da Câmara: “Essa lei vai ajudar a fortalecer o turismo na Capital, muitas pessoas virão porque terão segurança para levar os animais junto. Não é só uma questão de ser da família, para algumas pessoas, ter um cão junto é uma necessidade básica”. A vereadora, na época, declarou que “esses animais já frequentam a orla, entram na água, os donos levam, mas ficam com medo de agressões. Muita gente deixa de ir à praia porque não pode levar o animalzinho junto, precisamos ter um local específico para eles”.

Diante desta situação, tenho uma proposta para integrar à intenção da Lei do prefeito. Realizar uma força-tarefa veterinária, obviamente gerida pela Dibea (Diretoria do Bem-Estar Animal) de Florianópolis, para examinar as condições de saúde deles, tratar os que necessitarem, vacinar, castrar e devolvê-los para os locais onde costumam viver. Além de deixar a situação mais tranquila, já que acabaremos com qualquer tipo de possibilidade de briga entre os animais, que ocasionalmente estiverem disputando cachorras no cio, tornaremos o ambiente mais seguro para pessoas e também para os cães, além de acabarmos com as crias indesejadas.  E, assim não haverá novos animais para serem tratados e reduzirá as chamadas para que a Dibea trate de animais abandonados. A conhecida busca ativa seria excelente inciativa da Prefeitura e solucionaria muitos dos problemas  com os bichos que encontramos por toda a cidade.

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