Inflação dos EUA Deixa Dólar Estável e Ibovespa Fecha em Queda

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Após oscilar pouco ao longo do dia, o dólar fechou esta quarta-feira (12) estável, apesar da pressão trazida pelo aumento da inflação nos EUA em janeiro, anunciado durante a manhã. De acordo com o Departamento do Trabalho, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) teve alta de 0,5% em janeiro, o que elevou o acumulado nos últimos 12 meses para 3%, contrariando as projeções de economistas consultados pela Reuters, que previam altas de 0,3% e 2,9%, respectivamente.

A divulgação endossou a realização de lucros na bolsa paulista, enquanto Carrefour Brasil voltou a ser destaque positivo, ainda sob efeito do plano do controlador francês de fechar o capital do varejista brasileiro. Assim, o Ibovespa chegou aos 124.380,21, com baixa de 1,69%. Já o dólar à vista registrou leve baixa de 0,10%, aos R$5,7622. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 6,75% ante o real.

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Desdobramentos

A inflação mais alta que o esperado nos EUA elevou a percepção de que o espaço para o Federal Reserve (Fed) promover mais cortes de juros é limitado, o que deu sustentação aos rendimentos dos Treasuries e ao dólar ante as demais divisas. No Brasil, às 10h33 — pouco depois da divulgação do CPI — a moeda americana à vista atingiu a cotação máxima do pregão, de R$5,7883 (+0,35%).

Como nas sessões mais recentes o dólar não se sustentou em alta por aqui. No entendimento do mercado, faltam notícias que realmente justifiquem a elevação da divisa para índices mais elevados ou para voltar a ficar abaixo dos R$ 5,70. “Diante dos efeitos que os juros mais altos nos Estados Unidos exercem sobre moedas não conversíveis, como o real, o recente desempenho da moeda brasileira indica a continuidade do ajuste, após a forte desvalorização observada em dezembro”, comentou André Galhardo, consultor econômico da plataforma Remessa Online.

Para economistas do Bradesco chefiados por Fernando Honorato, os números do CPI reforçam “a narrativa mais dura do Federal Reserve e sua postura de ‘wait and see’ (esperar para ver), especialmente com as incertezas quanto às políticas da nova administração”, conforme relatório a clientes.

Declaração de Galípolo e Volume de Serviços

A fala de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em evento no Rio de Janeiro, repercutiu em menor proporção no câmbio. “Reação preventiva precisa sempre existir, mas é esperado também que o BC tenha uma função de reação assimétrica para altas e para baixas (da Selic). Se o BC deve ser mais agressivo num momento de alta, ele deve ser mais parcimonioso e cauteloso no momento de fazer qualquer movimento para baixo”, afirmou Galípolo.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$350 milhões em fevereiro até o dia 7, com entradas líquidas de US$191 milhões pela via financeira e saídas de US$541 milhões pela via comercial. Às 17h19, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — tinha estabilidade a 107,930.

Também nesta quarta, o IBGE divulgou que, em dezembro, o volume de serviços recuou 0,5% na comparação com novembro e cresceu 2,4% em relação ao mesmo mês d2023. Expectativas em pesquisa da Reuters apontavam avanços de 0,1% na comparação mensal e de 3,5% na base anual.

Destaques

– HAPVIDA ON recuou 7,17%, em meio a ajustes após subir por três sessões seguidas, período em que acumulou valorização de 10,6%. Apenas na véspera, a ação da empresa de saúde saltou mais de 7%. O MSCI também excluiu o papel da companhia de seu Global Standard Index na mais recente revisão trimestral, que entra em vigor no final do mês.

– VIVARA ON cedeu 5,54%, ampliando as perdas da véspera, em meio a preocupações sobre a rotatividade na gestão e potenciais impactos na estratégia de crescimento da rede de joalherias após anúncio da saída do diretor de marketing, sem um substituto imediato. Na terça-feira (11), o papel encerrou em queda de 2%, mas chegou a perder mais de 4% no pior momento do pregão.

– BRADESCO PN caiu 4,56%, com relatório do Goldman Sachs cortando a recomendação da ação para venda e reduzindo o preço-alvo de R$14 para R$11,40. SANTANDER BRASIL UNIT, que teve a classificação elevada para neutra e o preço aumentado de R$25 para R$28, cedeu 0,61%. ITAÚ PN perdeu 2,77% e BANCO DO BRASIL ON recuou 1,64%.

– CARREFOUR BRASIL ON subiu 2,68%, com agentes ainda analisando os planos do controlador, o grupo francês Carrefour, de tornar o varejista brasileiro uma subsidiária integral e deslistar as ações da empresa da B3. Mais cedo, as empresas anunciaram um acordo de incorporação de ações.

– TIM BRASIL ON avançou 2,19%, mantendo o viés positivo da véspera, quando reagiu ao resultado do quarto trimestre do ano passado, bem como previsões, incluindo sobre dividendos para o período de 2025 a 2027. No meio do pregão, a operadora de telecomunicações também anunciou que seu conselho aprovou programa de recompra de ações de até R$1 bilhão.

– PETROBRAS PN fechou negociada em baixa de 1,49%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent terminou com declínio de 2,36%.

– VALE ON perdeu 0,67%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian subiu 0,91%. Na sexta-feira, a Vale apresentará o projeto “Novo Carajás”, que prevê investimento de R$70 bilhões na expansão da mineração de ferro e cobre no complexo localizado no município de Parauapebas (PA), em evento com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo nota do Palácio do Planalto.

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