Comercialização de Soja do Brasil Está Lenta em Meio à Alta do Frete

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A comercialização da safra 2024/25 de soja do Brasil está lenta, com a alta do custo do frete sendo mais um fator a pressionar os prêmios e os ganhos dos produtores, que sazonalmente já ficam mais baixos durante o período da colheita, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.

Além disso, as tradings estão cautelosas e fechando negócios com produtores somente com a “ponta vendida”, para diminuir os riscos relacionados ao frete.

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“O frete é o principal fator que está limitando os negócios, passa por um receio por parte das tradings, tentando diminuir os riscos, de só fechar o frete quando tiver negócio fechado na ponta vendida…”, afirmou Guilherme Palhares, head de alimentos e bebidas do research do Santander.

O frete está mais alto diante de gargalos logísticos para escoar uma safra recorde no Brasil, que pode superar 170 milhões de toneladas de soja, em meio a chuvas que dificultam as operações no principal produtor do Brasil, o Mato Grosso. Além disso, a Petrobras elevou em mais de 6% o preço do diesel para distribuidoras no início de fevereiro.

O frete para transporte rodoviário de grãos de Sorriso, principal município produtor de soja, ao porto fluvial de Miritituba (PA) subiu cerca de 40% desde o início de janeiro, para R$270/tonelada ao final do mês passado, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Para o especialista do Santander, essa mudança na política das tradings, para não assumir um custo do frete mais elevado, “tem sido a tônica” da comercialização “baixa”, visando “diluir o risco na cadeia”.

O especialista notou ainda que essa estratégia se dá em momento em que as tradings registram “resultados apertados”. A Bunge e ADM divulgaram lucros trimestrais abaixo da expectativa nesta semana.

“As tradings estão buscando dividir este custo adicional com produtor”, afirmou Palhares.

As vendas antecipadas da safra 2024/25 de soja do Brasil avançaram 4,4 pontos percentuais no último mês, para 39,4% da produção total esperada, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado divulgado nesta sexta-feira.

O ritmo de vendas está acima dos 31,9% vistos no mesmo período de 2024 para a safra passada. Mas está abaixo da média de cinco anos de 43,2% para o período, segundo a Safras.

Prêmios de exportação

Ele concordou que o interesse de venda dos produtores também diminuiu após uma mudança recente no câmbio — com o dólar caindo de mais de R$6 no ano passado para cerca de R$5,8. O especialista destacou que agricultores ainda estão aguardando eventualmente melhores preços que poderiam vir de eventuais problemas na safra da Argentina.

Caso nada mude, produtores deverão voltar ao mercado mais perto de abril, quando há vencimentos de pagamentos junto a distribuidoras de insumos agrícolas que precisam ser quitados, disse ele.

Os prêmios no porto de Paranaguá, para embarque de soja em março, seguem negativos, cotados na véspera em torno de 5 centavos de dólar por bushel em relação à bolsa de Chicago, segundo dados do Cepea, da Esalq/USP.

“Os fretes altos acabam pressionando bastante o prêmio, temos visto o frete subindo bastante do começo de janeiro para cá, e somado a uma grande safra, isso deve exercer pressão nos prêmios”, destacou Francisco Queiroz, analista de soja consultoria agro do Itaú BBA.

Isso acontece em meio à sazonal pressão de colheita sobre os prêmios, notou ele, citando ainda que a comercialização mais lenta se dá também por incertezas vindas de Chicago, que tem operado com preocupações com uma guerra tarifária, e do dólar mais baixo recentemente.

“Tem também a questão da safra brasileira, colheita atrasada em Mato Grosso… tudo isso acaba resultando em desestímulo ao avanço da comercialização da safra de soja”, afirmou.

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