O Que Aconteceu após Elon Musk Demitir 80% dos Funcionários do X?

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A campanha de Elon Musk para eliminar 10% da força de trabalho federal dos EUA, que soma 2,3 milhões de funcionários, incluindo todos os 10 mil empregados da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), tem poucos precedentes históricos. No entanto, lembra a aquisição da empresa do Twitter, agora chamado X, pelo homem mais rico do mundo em 2022.

Apenas seis meses após concluir a aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões (R$ 253,44 bilhões) em outubro de 2022, Musk disse à BBC que reduziu o quadro de funcionários da empresa para 1.500. Foi uma queda de 80% em relação aos 7.500 funcionários registrados no final de 2021, conforme indicado no último relatório anual da empresa como companhia de capital aberto. A reestruturação ocorreu por meio de demissões e por desligamento voluntário, à medida que a empresa de mídia social adotava a cultura de Musk.

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O mesmo assunto apareceu no e-mail enviado a todos os funcionários federais na semana passada, oferecendo pacotes de desligamento voluntário. Até o momento, cerca de 20 mil funcionários — 1% do total — aceitaram a oferta, enquanto Musk e seus aliados orquestravam a licença administrativa de quase todos os empregados da USAID.

O empresário tem um patrimônio de US$ 406 bilhões (R$ 2,34 trilhões), de acordo com cálculos da Forbes, o que o torna a pessoa mais rica do mundo com uma margem superior a US$ 150 bilhões (R$ 864 bilhões). O X representava menos de US$ 7 bilhões (R$ 40,32 bilhões) de sua fortuna em novembro.

X após demissões de Musk

A empresa de mídia social sofreu um grande impacto financeiro inicial à medida que sua força de trabalho encolheu. A receita de publicidade em 2023, primeiro ano completo de Musk à frente do X, caiu para US$ 2,5 bilhões (R$ 14,4 bilhões), uma queda de mais de 45% em relação às vendas de anúncios do Twitter em 2021, seu último ano como empresa pública. Isso levou a Fidelity a rebaixar a avaliação do X para apenas US$ 9 bilhões (R$ 51,84 bilhões) em setembro passado, só um quinto do valor que Musk pagou dois anos antes. Após a aquisição, a empresa reformulou suas operações, cortando equipes de moderação de conteúdo e comunicação, além de reestruturar a plataforma, priorizando assinaturas premium mensais e feeds baseados em algoritmos, como o do TikTok.

No entanto, nos últimos meses, o X começou a mostrar sinais de recuperação. A Fidelity elevou sua avaliação do X para US$ 13 bilhões (R$ 74,88 bilhões) em dezembro, e vários anunciantes, incluindo a Amazon, estão ampliando sua presença na plataforma. Além disso, as finanças do X se recuperaram em 2024 com seu modelo mais enxuto. Segundo a Bloomberg, a empresa arrecadou US$ 1,2 bilhão (R$ 6,91 bilhões) em lucro ajustado no ano passado, se aproximando dos US$ 1,4 bilhão (R$ 8,06 bilhões) de 2021.

Embora a recuperação do X esteja ligada à relação amigável de Musk com o presidente Donald Trump, as atividades de Musk fora de seu papel corporativo foram um dos motivos pelos quais a empresa enfrentou dificuldades. Por exemplo, as grandes empresas como Disney e Apple pausaram anúncios no X no final de 2023, depois que Musk endossou uma teoria da conspiração antissemita, enquanto outras se mostraram preocupadas com a falta de controle sobre o conteúdo da plataforma.

Impacto

A redução de 6 mil cargos no X, em uma escala muito menor do que os cortes no governo que Musk pretende supervisionar, gerou desafios jurídicos por parte dos funcionários — incluindo mais de 2 mil processos de arbitragem, depois que a rede social não pagou os pacotes de indenização prometidos por Musk, além de várias ações judiciais mais amplas.

O destino desses processos tem sido misto, já que um juiz federal rejeitou um processo que acusava Musk de não pagar US$ 500 milhões (R$ 2,88 bilhões) em indenizações, enquanto outro processo relacionado à rescisão de contratos foi parcialmente aceito.

Musk está aplicando “o mesmo manual do Twitter no governo federal”, disse Shannon Liss-Riordan, advogada que representa muitos dos ex-funcionários do Twitter/X em processos de arbitragem contra seu ex-empregador, à NPR. “E ele nem sequer conseguiu criar um novo assunto para o e-mail”, acrescentou Liss-Riordan.

As agências governamentais não possuem uma métrica de desempenho universal como as corporações têm com o lucro, mas o histórico de Musk no setor privado mostra evidências de liderança em eficiência operacional. A Tesla, empresa mais valiosa de Musk e principal fonte de sua riqueza, tornou-se a queridinha dos investidores devido às suas altas margens de lucro em comparação com outras montadoras, alcançadas em parte por sua estrutura de funcionários relativamente enxuta.

Ainda, a Tesla tinha 141 mil funcionários no mundo todo no final de 2023, em comparação com os 177 mil da Ford e os 163 mil da General Motors, de acordo com os relatórios mais recentes das empresas. Mesmo assim, a Tesla registrou um lucro líquido de US$ 10,9 bilhões (R$ 62,78 bilhões) em 2023, superando os US$ 8,1 bilhões (R$ 46,66 bilhões) da Ford e os US$ 10,5 bilhões (R$ 60,48 bilhões) da General Motors, apesar do número maior de funcionários das montadoras tradicionais.

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