Boeing é Uma das Empresas Que Mais Dá Prejuízo no Século 21

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Quando se trata de perder dinheiro, a Boeing é uma supercampeã — em proporções históricas. Na quinta-feira (30), a fabricante de aviões anunciou preliminarmente um prejuízo líquido de US$ 5,46 (R$ 31,43) por ação no quarto trimestre de 2024, o que equivale a US$ 3,8 bilhões (R$ 22,4 bilhões). Isso representa uma perda de US$ 11,8 bilhões (R$ 69,5 bilhões) no ano, o segundo maior prejuízo da história da Boeing.

A péssima notícia é, em parte, devido à interrupção de uma greve de sete semanas de seus mecânicos, que paralisou a produção do avião mais vendido da empresa, o 737 Max. Também é resultado de atrasos crônicos em programas-chave de sua divisão de defesa. E, por fim, há as dificuldades da empresa para resolver problemas de produção com o 737 Max e o 787. Além disso, a sequência de perdas financeiras da Boeing já dura seis anos, começando com a paralisação do 737 Max em 2019 após dois acidentes fatais. As perdas totais desde então somam US$ 35,7 bilhões (R$ 210,9 bilhões).

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O ranking

A temporada de resultados do quarto trimestre ainda não terminou, mas os resultados negativos da Boeing em 2024 fortalecerão a posição da empresa como a maior perdedora no índice S&P 500 desde 2019, de acordo com dados da FactSet. A Uber, que estava em segundo lugar, deve reportar um lucro para 2024, enquanto a Carnival, em terceiro lugar, anunciou lucro líquido de US$ 1,9 bilhão (R$ 11,2 bilhões) em 2024, reduzindo suas perdas totais nos últimos seis anos para US$ 21 bilhões (R$ 123,9 bilhões).

Nos últimos 25 anos, a Boeing ocupa a sexta posição entre as maiores perdas no S&P 500. O primeiro lugar é da American International Group que, ajustando para a inflação até os valores de 2024 para uma comparação justa, a seguradora perdeu US$ 162 bilhões (R$ 955,8 bilhões) em 2008 e 2009, quando seu balanço colapsou devido à exposição à falências no mercado imobiliário durante a Grande Recessão. Isso representa mais de quatro vezes o total das perdas ajustadas pela inflação da Boeing até agora, que somam US$ 39,4 bilhões (R$ 232,7 bilhões).

Em segundo lugar está a General Motors, que perdeu US$ 130 bilhões (R$ 767 bilhões) de 2005 a 2008. A montadora entrou com pedido de falência no ano seguinte, se reorganizando com US$ 33 bilhões (R$ 194,7 bilhões) em financiamento dos governos dos Estados Unidos e do Canadá.

Já a Boeing perdeu mais dinheiro do que qualquer outra empresa entre o seleto grupo de 27 membros do S&P 500 que têm sequências de prejuízos de pelo menos seis anos consecutivos desde 1999. No segundo lugar está a antiga empresa-mãe do fornecedor de eletricidade do Texas, TXU, que perdeu, ajustados pela inflação, US$ 28,8 bilhões (R$ 170,5 bilhões) de 2010 a 2015, o que a levou à falência.

No entanto, mesmo assim, a Boeing está bem abaixo no ranking das maiores sequências de perdas do S&P 500. A empresa de peças industriais e reparos DEX perdeu dinheiro durante 18 anos seguidos antes de se tornar lucrativa em 2019. Também, a SBA Communications e a LiveNation estão empatadas em segundo lugar, com 17 anos consecutivos de prejuízos, que felizmente já terminaram.

Próximos passos

Apesar da sequência de perdas da Boeing, investidores institucionais têm se mostrado dispostos a reforçar as finanças da empresa, graças ao grande número de pedidos de 5.595 aviões, o que deve se converter em bilhões de dólares em receita, caso o novo CEO Kelly Ortberg consiga fazer suas linhas de produção voltarem a funcionar de maneira eficiente. A empresa levantou US$ 24 bilhões (R$ 141,6 bilhões) no final do ano passado por meio de uma venda de ações e dívida conversível.

Mas não aposte que a sequência de perdas da Boeing terminará em 2025. O CFO Brian West disse aos analistas durante a conferência de resultados do terceiro trimestre da empresa que espera que a companhia registre fluxo de caixa negativo durante o ano inteiro.

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