3 Jargões Corporativos Tão Usados Que Perderam o Sentido

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A comunicação desempenha um papel fundamental na construção de estratégias e no alinhamento das equipes. Porém, algumas das palavras mais conhecidas no ambiente corporativo perderam seu significado devido ao uso excessivo e, muitas vezes, incorreto. Esses termos tornaram-se clichês do mundo do trabalho, o que reduziu seu impacto.

O uso excessivo de jargões não traz apenas incômodo: tem consequências reais. Quando as empresas e os profissionais dependem de palavras da moda sem entregar resultados tangíveis, eles perdem credibilidade. Além disso, jargões corporativos também refletem dinâmicas no local de trabalho e estruturas de poder. Uma pesquisa da Columbia Business School destaca como escolhas específicas de linguagem podem indicar status, intenções e níveis hierárquicos.

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Adam Galinsky, professor de liderança, estratégia e ética da Universidade de Columbia, descobriu em sua pesquisa sobre jargões que o uso dessas palavras frequentemente está associado a inseguranças. “Tendemos a usar jargões como uma forma de aumentar nosso status percebido quando estamos inseguros sobre nós mesmos”, explica.

Por exemplo, profissionais de status mais alto na hierarquia corporativa frequentemente usam termos abstratos, complexos ou em outra língua para estabelecer autoridade e se distanciar de tarefas rotineiras. Enquanto isso, os funcionários precisam ter uma linguagem mais clara para se comunicar sobre o trabalho do dia a dia.

Essa dinâmica destaca o impacto oculto das palavras da moda: elas não só moldam a percepção sobre algo, mas também sinalizam a posição do profissional na hierarquia organizacional. As empresas devem estar cientes de como as escolhas de linguagem influenciam a dinâmica da equipe e considerar o incentivo a estilos de comunicação que conectem, em vez de reforçar divisões de status.

Confira, a seguir, três jargões corporativos que perderam seu significado

1. Inovação: de revolucionária a genérica

Quando foi a última vez que uma empresa não se referiu a si mesma como inovadora?

A palavra “inovação” sempre simbolizou ideias revolucionárias, tecnologias disruptivas e avanços significativos. No entanto, independentemente do impacto ou da originalidade, ela passou a ser usada para descrever qualquer coisa minimamente nova no ambiente de trabalho.

Desde pequenas alterações em produtos até atualizações rotineiras de processos, tudo agora é rotulado como “inovador”. Esse uso excessivo diluiu seu significado, tornando difícil para clientes, investidores e até mesmo para os funcionários da empresa distinguir entre ideias realmente inovadoras e mudanças superficiais.

As empresas precisam associar esse termo a uma prova tangível de originalidade — uma verdadeira inovação exige um impacto mensurável, não apenas uma manchete chamativa. “A inovação se tornou uma palavra da moda preguiçosa, muitas vezes mascarando falta de recursos ou criatividade”, afirma Nadya Ramos, fundadora da MRK Marketing Consulting. “Não se trata apenas de tentar algo novo. É fresco, original, visionário e capaz de gerar mudanças reais? Começa com o entendimento dos recursos à disposição.”

2. Disrupção: o novo normal

“Disrupção” costumava significar uma grande mudança em uma indústria, como quando a Uber revolucionou o transporte ou a Netflix redefiniu o entretenimento. Essas foram mudanças genuínas que reestruturaram a forma como esses mercados operam. Mas agora, o termo é aplicado até mesmo para descrever alterações mínimas e sem importância.

O uso excessivo da palavra desgastou o seu poder. Rotular cada pequena melhoria ou novo recurso como disruptivo enfraquece a magnitude da verdadeira inovação. As empresas devem reservar esse termo para ideias e estratégias que realmente reestruturam indústrias, em vez de usá-lo como uma jogada de marketing.

3. Sinergia: um jargão que mascara a estratégia

A palavra “sinergia” entrou no vocabulário corporativo com a promessa de ser algo mágico: quando duas entidades se unem para criar algo maior do que a soma de suas partes. Embora o conceito continue válido, seu uso excessivo (e muitas vezes equivocado) fez com que perdesse o valor.

Hoje, “sinergia” é frequentemente usada como um recurso em apresentações, propostas e reuniões para descrever uma colaboração sem especificar como a parceria gerará valor. O resultado? O termo soa mais como um enfeite do que uma vantagem estratégica.

As empresas se beneficiariam mais ao focar em colaborações concretas e orientadas para resultados, em vez de depender de referências vagas a “sinergia”. “A verdadeira sinergia é sobre colaboração que combina forças para criar algo maior do que o que pode ser feito individualmente, mantendo uma energia positiva e agradável”, diz Tara Ackaway, CEO da Social Wise Communications. “Infelizmente, tornou-se mais uma palavra da moda do que uma prática. Devemos passar de simplesmente falar sobre sinergia para agir e entregar resultados reais.”

As empresas precisam ir além dos jargões corporativos para recuperar o poder da linguagem e focar em resultados específicos e mensuráveis. Clareza é uma vantagem competitiva. As palavras importam, mas apenas se forem respaldadas por ação. Ao usar a linguagem corporativa de forma ponderada, as empresas podem construir confiança e se destacar no mercado.

*Cheryl Robinson é colaboradora da Forbes USA. Ela é modelo, palestrante internacional, autora e fundadora da plataforma Ready2Roar. Nos últimos cinco anos, estudou como as pessoas transacionam de carreira e também tem uma trajetória de 15 anos na indústria do esporte e do entretenimento.

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