Dia do Aposentado: Exemplos que reforçam a importância de planejar o futuro após a carreira

Moisés Paolazzi, então com 17 anos, ouviu pela primeira vez sobre o conceito de previdência privada. Um amigo corretor explicava à família a importância de começar a investir cedo para garantir um futuro tranquilo. Naquele momento, ele mal sabia que essa conversa mudaria o rumo de sua vida. Inspirado, Moisés fez seu primeiro investimento. Hoje, aos 35 anos, ele não só colhe os frutos desse hábito, como transformou a paixão pelo planejamento financeiro em profissão: ele é atuário – profissional que analisa riscos financeiros e os gerencia.

O Dia do Aposentado reforça a importância de planejar o futuro após a carreira – Foto: Reprodução/ND

“Começar cedo foi essencial para que eu pudesse aproveitar o tempo como um aliado. Hoje, colho os frutos desse planejamento e tenho a tranquilidade de saber que estou no caminho certo. Acredito que a educação financeira e o hábito de poupar são fundamentais para construir uma vida segura e tranquila. Para quem está começando, minha dica é simples: não adie. Cada passo dado hoje pode transformar o seu futuro”, afirma Moisés.

Histórias como a dele ganham destaque no Dia do Aposentado, celebrado nesta sexta-feira (24). A data é um convite à reflexão sobre o futuro e embora, pareça algo distante para os jovens, a preparação para a aposentadoria é um passo essencial que impacta diretamente a qualidade de vida.

Aos 35 anos, Moisés colhe os frutos da decisão que tomou quando tinha 17 e destaca a importância de não adiar planejamentos financeiros – Foto: Germano Rorato/ND

O desafio da previdência pública

O cenário previdenciário no Brasil não é otimista. Hoje, 92% dos aposentados dependem exclusivamente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em Santa Catarina, o benefício médio é de R$1.891,33. Com isso, muitos idosos enfrentam dificuldades para manter a qualidade de vida.

Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam que o número de beneficiários da previdência pública pode dobrar até 2060, chegando a 66 milhões de pessoas. Este cenário, aliado à maior longevidade da população, coloca pressão sobre o sistema previdenciário e reforça a necessidade de buscar alternativas complementares.

“As pessoas estão vivendo mais, tendo menos filhos e contribuindo menos para a previdência pública. O modelo atual do INSS foi concebido em um contexto econômico e demográfico diferente. Esse desequilíbrio exige alternativas, e a previdência complementar se apresenta como uma solução sólida e estável para garantir segurança financeira no futuro”, destaca Ivecio Pedro Felisbino Filho, presidente da Celos, entidade de previdência complementar.

Previdência privada em alta

De janeiro a outubro de 2024, o setor de previdência privada arrecadou R$ 51,2 bilhões, um aumento de 57,3% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

Para a CEO da Quanta Previdência, Denise Maidanchen, a previdência privada precisa ser vista como uma solução que transcende fronteiras geracionais e atende às preocupações sociais fundamentais.

Esse é o caso da Maisa Petroski, que aos 38 anos, graças a uma cultura familiar de investimento em previdência privada que começou cedo, já tem a aposentadoria dos sonhos planejada. Aos 10 anos, seus pais já haviam iniciado um plano para ela, o que a permitiu, ao completar 18 anos, optar por um intercâmbio no exterior. Inspirada no exemplo dos pais, ela decidiu traçar seu próprio caminho e, há uma década, vem investindo em previdência privada.

“Meus pais sempre me incentivaram a investir em previdência complementar, principalmente minha mãe, que é bancária e advogada previdenciária. Esse exemplo foi fundamental para que eu seguisse com a preocupação em construir um futuro mais seguro e confortável”, revela.

Maisa gostou tanto desse universo que se tornou especialista em gestão da previdência complementar e tem um canal no YouTube que aborda o assunto de forma descomplicada.

Maísa investe na previdência desde muito cedo, hábito que adquiriu de seus pais – Foto: Reprodução/ND

Educação financeira: a ferramenta essencial para o futuro

Histórias como as de Moisés e Maisa mostram que quanto mais cedo começar a planejar, melhor. O desafio não é apenas garantir a estabilidade financeira, mas também promover uma cultura que estimule as pessoas a pensarem no futuro.

A educação financeira proporciona a capacidade de tomar decisões sobre gastos, economias e investimentos, promovendo a estabilidade financeira pessoal e reduzindo a vulnerabilidade econômica. “Para os jovens, pensar em aposentadoria pode parecer distante, mas é uma necessidade urgente. O tempo é um aliado poderoso: quanto mais cedo começarem a investir, menor será o esforço financeiro necessário para acumular um montante significativo”, ressalta Denise Maidanchen.