Centro de Referência para Dengue deve atender 150 pessoas ao dia em Florianópolis

O primeiro Centro de Referência para Dengue de Florianópolis será inaugurado nesta terça-feira (27). Localizado anexo à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Norte, em Canasvieiras, a unidade específica para o atendimento de pessoas com suspeita e/ou confirmação de dengue funciona todos os dias, das 7h às 19h, e tem a expectativa de atender 150 pessoas por dia.

Paciente faz exame para identificar possível caso de dengue – Foto: Divulgação/ND

Conforme a Secretaria de Saúde do município, a decisão foi tomada em função do aumento do número de casos suspeitos de dengue, especialmente na região Norte.

“É a primeira vez deste tipo de iniciativa na cidade. Nosso plano de contingência para a dengue já estava definido desde dezembro e, a partir de então, monitoramos e avaliamos diariamente a evolução do cenário epidemiológico. Quando registramos uma média de 100 casos suspeitos diários nesta semana, decidimos avançar”, revela a secretária municipal de Saúde, Cristina Pires Pauluci.

Testes rápidos

O Centro de Referência para Dengue atenderá exclusivamente casos suspeitos da doença. Será possível realizar avaliação clínica, testagem e coleta de exames laboratoriais, além da assistência em saúde, inclusive com hidratação venosa aos pacientes. Ainda haverá testes rápidos, com resultados em minutos, a fim de anteceder o diagnóstico e mitigar a possível evolução dos casos.

Plano de contingênciaA unidade localizada no Norte da Ilha foi a primeira de quatro unidades que serão instaladas na cidade. A depender do aumento do número de casos e da demanda dos pacientes, os demais centros funcionarão nas UPAs Continente e Sul, e na Policlínica da Mulher e da Criança. A estratégia visa desafogar as demais unidades de saúde.

“O centro amplia a nossa capacidade de atendimento, estrutural e profissionalmente, sendo mais uma opção à comunidade. Dessa forma, os Centros de Saúde continuam a dar a atenção ao cuidado de rotina de doenças crônicas, por exemplo”, explica Cristina.

Força-tarefa remove 100 metros cúbicos de lixo de casa em São José

Uma iniciativa conjunta entre as secretarias municipais de Saúde, Infraestrutura, Segurança e Assistência Social, a Prefeitura de São José fez uma força-tarefa para abordar um sério problema de saúde pública: a acumulação de lixo em uma casa que gerava riscos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A operação ocorreu ontem.

Dengue ligou sinal de alerta em Florianópolis – Foto: Marcos Albuquerque/PMF/Divulgação

Diante da gravidade do decreto de emergência na cidade e da situação da residência – que foi autuada há algumas semanas, sem sucesso de colaboração -, equipes especializadas foram mobilizadas para realizar a retirada do lixo acumulado na casa da pessoa, que apresenta comportamento de acumulação compulsiva. Tal condição não apenas representava risco para a saúde da acumuladora, mas também para toda a população do entorno.

Limpeza segura e eficiente

Entre cinco viagens de caminhão mais quatro de papa-entulhos, foi retirado somente do lado externo da casa, o equivalente a 100 metros cúbicos de entulhos. Além da remoção do lixo, foram tomadas medidas adicionais para garantir que o ambiente fosse devidamente desinfetado e higienizado.

A moradora foi atendida pelos serviços de Saúde e de assistência social no local, e foi encaminhada pelo Samu para uma unidade de saúde de referência para receber atendimento médico especializado. Posteriormente, foi disponibilizado acolhimento temporário, até que a situação seja normalizada.

“Esta ação demonstra o compromisso da administração em enfrentar questões complexas de saúde pública de maneira integrada e abrangente. No entanto, reforçamos que o combate à doença também depende do cidadão e dos seus cuidados domiciliares”, salientou a diretora de Vigilância Epidemiológica Katheri Zamprogna.

Cenário em SC

Santa Catarina tem 21.800 casos prováveis de dengue em 204 municípios. Já foram confirmadas, no sistema oficial, nove mortes por dengue em 2024 – Joinville (6), Araquari (1), Itajaí (1) e Itapiranga (1). Além disso, 47 municípios são considerados de alto risco de transmissão de dengue, segundo o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti), conduzido pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica).Em Tijucas, na Grande Florianópolis, uma morte está em investigação. Uma adolescente de 16 anos chegou ao hospital com sintomas da doença, em estado grave, e não resistiu.

Distribuição de repelente

Florianópolis já confirmou 575 casos de dengue e apresenta médio risco de transmissão da dengue, segundo o LIRAa. Mesmo assim, a vereadora Cintia Mandata Bem Viver (PSOL), durante sessão de ontem, solicitou a distribuição de repelente nas escolas municipais. O Executivo pode ou não responder à indicação.

Florianópolis já confirmou 575 casos de dengue e apresenta médio risco de transmissão da dengue – Foto: Marcos Albuquerque/PMF/Divulgação

Estado usou 60% da verba federal em 2023Levantamento do jornal O Globo diz que Santa Catarina utilizou 60% da verba federal de R$ 18 milhões disponibilizados ao Estado. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que dos R$ 12.744.023,31 recebidos, R$ 1.680.000,00 foram destinados ao Laboratório Central de Saúde Pública e R$ 11.064.023,31 para a Dive.

“Relacionado de maneira específica ao combate da dengue, a secretaria fez repasses de recursos próprios aos municípios no montante de R$ 10 milhões no primeiro semestre de 2023 e mais R$ 10 milhões, em duas parcelas, R$ 5 milhões em novembro de 2023 e R$ 5 milhões fevereiro de 2024”, diz a nota.

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