Trabalhar juntos é um sinal de unidade das Igrejas, afirma Cardeal Sako

Na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o cardeal Raphaël Sako, do Iraque, destaca a unidade já existente entre os cristãos e apela a uma colaboração mais estreita

Da redação, com Vatican News

O Patriarca Louis Raphaël Sako / Foto: Reprodução Youtube

À medida que as Igrejas em todo o mundo se reúnem para celebrar a Semana Anual de Oração pela Unidade Cristã, de 18 a 25 de janeiro, o Patriarca Louis Raphaël Sako lembrou aos fiéis que a unidade não é sobre fundir Igrejas em uma única entidade, mas sim abraçar a diversidade e trabalhar juntos apesar das diferenças. A unidade é um esforço espiritual e prático enraizado na fé compartilhada e no respeito mútuo, disse o líder da Igreja Católica Caldeia do Iraque em uma declaração pastoral.

A riqueza da diversidade

A mensagem descarta a ideia de unidade como a fusão administrativa ou estrutural de Igrejas. Cada Igreja tem uma história, tradições e governança únicas que devem ser preservadas. Em vez disso, o Cardeal Sako pede a celebração da diversidade como uma forma de riqueza em vez de uma fonte de divisão. Ele defende o diálogo e uma visão compartilhada como o caminho para relacionamentos mais próximos entre as tradições cristãs.

Compartilhando uma fé comum

O Patriarca Caldeu destaca vários aspectos fundamentais da unidade já presentes entre as Igrejas Cristãs, particularmente entre as tradições Católica e Ortodoxa, os “dois pulmões” do Cristianismo, como o Papa São João Paulo II os descreveu.

O Cardeal Sako lembrou que ambas as Igrejas compartilham o Credo de fé estabelecido pelos Concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381), a sucessão apostólica e celebram os sete Sacramentos.

O Patriarca de Bagdá também reconheceu as contribuições das Igrejas Protestantes, que iniciaram a Semana de Oração pela Unidade Cristã no início do século XX, apesar da fragmentação dentro dessas tradições.

O Cardeal Sako ainda fez referência à introdução no calendário litúrgico católico do dia da festa dos mártires coptas de 2015 mortos pelo ISIS e à recente decisão do Papa Francisco de incluir Santo Isaac de Nínive da Igreja do Oriente no Martirológio Romano. Tais gestos simbolizam um crescente reconhecimento da santidade compartilhada e da herança espiritual.

Cooperação prática

A mensagem continua focando na expressão prática da unidade por meio da cooperação. Sugere várias formas de colaboração, incluindo a criação de comissões conjuntas para pesquisa científica sobre a Bíblia, teologia, liturgia e catecismo; organização de seminários conjuntos sobre tópicos de interesse comum; troca de experiências espirituais; preparação de uma nova geração de clérigos que acreditam em trabalhar juntos e falar com uma só voz sobre questões morais.

Além disso, o Cardeal Sako exorta as Igrejas a se engajarem ativamente no combate a males sociais como pobreza, injustiça, corrupção, degradação ambiental e na oposição à guerra, rearmamento e extremismo.

O exemplo das Igrejas na Síria

Como exemplo de cooperação ecumênica, o Cardeal Sako citou a Síria, onde, após a queda de Bashar Assad, as Igrejas uniram suas vozes pedindo um novo sistema civil baseado na cidadania, que respeite os direitos, a dignidade e a liberdade religiosa de todos os cidadãos. “É assim”, concluiu o Cardeal Sako, “que as Igrejas dão testemunho da unidade e da esperança”.

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