Por Que 2025 Pode Ser o Ano do Fim do Trabalho Remoto?

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A possibilidade de trabalhar de casa – ou de qualquer lugar do mundo – transformou o mundo do trabalho e a experiência dos profissionais. Cerca de 94% acreditam que o trabalho remoto melhorou suas vidas, segundo uma nova pesquisa da FIA Business School e da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, que entrevistou mais de 1.300 pessoas que atuam em diversos setores em novembro de 2024.

Mas os dias de trabalhar de pijama e evitar o trânsito no caminho para o escritório podem estar contados. Os modelos de trabalho flexíveis parecem estar em extinção no mercado de trabalho, apontam especialistas. “A maioria das empresas híbridas vai reduzir essa prática a algo esporádico — um dia por semana em casa ou concessões limitadas pelos gestores”, diz Sylvia Hartmann, CEO e fundadora da Remota, startup especializada em trabalho híbrido e remoto.

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Desde a pandemia, mais de 90% das organizações no Brasil adotaram modelos híbridos, segundo a pesquisa OrgBRtrends, da consultoria McKinsey. Atualmente, no entanto, 51% das organizações operam presencialmente, enquanto 45% adotam o formato híbrido, de acordo com um levantamento realizado pela Deel, plataforma de contratação global, com a empresa de pesquisa Opinion Box. “Se, no início de 2024, o híbrido era considerado o ‘novo normal’, movimentos recentes de grande empresas mostram que o futuro do trabalho ainda está em debate e evolução”, afirma Fernanda Mayol, sócia da McKinsey.

A queda de braço continua

Gigantes como Amazon, AT&T e JPMorgan estão exigindo que seus funcionários retornem ao escritório cinco dias na semana, e especialistas sugerem que outras empresas devem aderir a esse movimento em 2025.

Líderes que defendem o fim do trabalho remoto, como o CEO do JPMorgan, executivos da Amazon e o bilionário Elon Musk, afirmam que o modelo prejudica a colaboração e a inovação.

Um dos principais líderes da Amazon, o CEO da AWS, Matt Garman, defendeu a política de retorno obrigatório ao escritório cinco dias por semana, afirmando que aqueles que não concordam podem procurar outra empresa para trabalhar. “Quando queremos realmente inovar em produtos interessantes, eu ainda não vi a capacidade de fazer isso sem estarmos presencialmente”, disse.

O estudo da FIA, no entanto, aponta que a qualidade e a produtividade no home office foram consideradas iguais ou superiores ao trabalho presencial para 88% e 91% dos participantes, respectivamente.

No Brasil, uma pesquisa recente da Deel aponta que 54% dos profissionais que trabalham presencialmente gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto. “Há um descasamento de expectativas: enquanto as organizações buscam modelos mais presenciais, os funcionários valorizam o trabalho remoto”, acrescenta Fernanda Mayol.

Para muitos, a flexibilidade é tão – ou até mais – importante quanto a remuneração. O modelo híbrido também é considerado o mais eficiente por 59% dos líderes de RH, seguido pelo formato presencial (35%), de acordo com levantamento da Deel com a Opinion Box.

Onde estão as vagas remotas?

Algumas empresas, como a própria Deel, ainda operam de forma totalmente remota. No entanto, profissionais que buscam essas oportunidades no mercado de trabalho atualmente podem enfrentar desafios.

De acordo com um relatório da plataforma Gupy, em agosto de 2024, a proporção de vagas para trabalho remoto foi apenas 1,4% superior à média de 2019. As contratações seguiram a mesma tendência, apresentando um crescimento de apenas 1,9% em comparação com o período pré-pandêmico.

Até junho de 2024, do total de vagas na plataforma de empregos, 7% eram híbridas, 5% remotas e 87,2% presenciais. As contratações em modelo presencial apresentaram um crescimento significativo no último ano, saltando de 55,4 mil em abril de 2023 para 87,1 mil no mesmo mês de 2024. “O mercado está caminhando para definições mais claras. Nos próximos dois a três anos, veremos empresas decididas e consolidadas em modelos totalmente remotos ou totalmente presenciais”, afirma Sylvia Hartmann.

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