Trump Enfrenta Seu Primeiro Processo Logo Após Assumir o Cargo

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O Departamento de Eficiência do Governo de Elon Musk, ou DOGE, como ele o chamou, foi processado logo após o presidente Donald Trump ser empossado nesta segunda-feira (20). O processo é movido por um grupo de defesa de interesse público, o National Security Counselors, e foi compartilhado com a Forbes antes de ser registrado oficialmente.

No documento, o grupo alega que o DOGE se qualifica como um comitê consultivo federal, o que implica que ele deve ter uma composição “equilibrada”, manter atas, realizar reuniões públicas, registrar um estatuto e cumprir outros requisitos – nada disso, segundo o processo, teria sido feito pelo painel. A intenção de mover o processo foi primeiramente reportada pelo The Washington Post.

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O caso se baseia na Federal Advisory Committee Act, uma lei de 1972, que estabelece que, quando uma agência busca conselhos de um grupo que inclua ao menos uma pessoa não empregada regularmente pelo governo federal, e recebe contribuições para suas operações ou atividades, deve seguir certos procedimentos. O processo também menciona que os comitês consultivos têm um dever “não discricionário” de “não ser indevidamente influenciados pela autoridade nomeadora ou por qualquer interesse especial”, com os autores do processo argumentando que Trump e outros “influenciaram indevidamente” o comitê.

O diretor executivo do National Security Counselors, Kel McClanahan, declarou à Forbes: “Ninguém discute que há uma enorme quantidade de gastos desnecessários no governo federal. Nossa única preocupação é que o DOGE, da forma como está atualmente constituído, carece da expertise necessária para compreender como suas recomendações podem ter efeitos contrários, ao afastar trabalhadores federais sem entender, inicialmente, por que eles estão lá.”

Os coautores do processo são Jerald Lentini, advogado do National Security Counselors e oficial eleito em Manchester, Connecticut, e Joshua Erlich, advogado especializado em direito trabalhista. Os réus incluem Elon Musk e Donald Trump. A ação busca impedir que Musk e outros líderes do DOGE realizem negócios oficiais até que o painel cumpra a Federal Advisory Committee Act e também argumenta que a Casa Branca não deve poder implementar suas recomendações. A Forbes entrou em contato com Musk para obter um comentário sobre o caso.

DOGE foi ideia de Musk

O CEO da Tesla apresentou a ideia do DOGE pela primeira vez em setembro, antes da eleição de Trump. Logo após o anúncio do presidente eleito, que colocou Musk à frente da comissão. Tanto Musk quanto Ramaswamy delinearam sua visão para o DOGE em um artigo de opinião publicado no The Wall Street Journal, no qual abordaram questões como “o excesso de gastos federais” e a redução da “enorme quantidade de desperdício, fraude e abusos que quase todos os contribuintes desejam eliminar”. Apesar disso, o papel exato da comissão ainda não foi esclarecido.
Em novembro, após ser eleito, Donald Trump confirmou a criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), anunciando que a liderança ficaria a cargo de Elon Musk e Vivek Ramaswamy. O objetivo do departamento seria “eliminar regulações excessivas, cortar gastos desnecessários e reestruturar agências federais”. A deputada Marjorie Taylor Greene, do Partido Republicano da Geórgia, também presidirá um subcomitê da Câmara sobre o DOGE. Em um comunicado, Trump afirmou que o DOGE “trabalharia em parceria com a Casa Branca e o Escritório de Gestão e Orçamento” (OMB), mas sugeriu que a entidade funcionaria mais como uma organização consultiva externa ao governo do que como uma agência ou departamento federal.

Vale lembrar que Elon Musk tem uma fortuna de US$ 433,9 bilhões (cerca de R$ 2,6 trilhões), sendo a pessoa mais rica do mundo atualmente. Para ajudar na campanha de Trump, ele gastou mais de de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão). Em julho, após Trump sobreviver a uma tentativa de assassinato, o bilionário declarou apoio público ao então candidato. Na época, disse que o endossava “totalmente” e desejava sua rápida recuperação. Desde então, Musk tornou-se uma figura central na campanha de Trump, participando ativamente do período de transição em Mar-a-Lago e Washington, D.C., como uma espécie de conselheiro para o presidente eleito.

Novos Rumos

Nos últimos dias, surgiram relatos de que Ramaswamy, co-líder do DOGE, estaria planejando deixar o cargo para se concentrar em sua candidatura ao governo de Ohio. De acordo com a CBS News, ele pode anunciar oficialmente sua campanha até o final deste mês. A saída de Ramaswamy, segundo fontes, ocorre após atritos crescentes com Trump. Ainda assim, conforme reportado pelo The New York Times, Ramaswamy não deve deixar imediatamente sua posição no DOGE.

Até novembro de 2024, seu patrimônio era estimado em pouco mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 6,08 bilhões), mas um declínio no mercado no final do mês reduziu esse valor para aproximadamente US$ 950 milhões (cerca de R$ 5,8 bilhões).

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