Com cessar-fogo em vigor, reféns do Hamas começam a ser libertados

Três mulheres já foram entregues a Israel; libertação de palestinos será iniciada na tarde deste domingo, 19; milhares de caminhões com ajuda humanitária são esperados em Gaza

Da redação, com Vatican News e agências

Romi Gonen (foto na placa) foi uma das mulheres libertadas pelo Hamas neste domingo, 19/ Foto: REUTERS/Shir Torem

O cessar-fogo em Gaza começou às 11h15, horário local, 06h15 no Brasil. O Hamas atrasou o envio dos nomes dos reféns a serem libertados. A primeira fase deveria ter começado nesta manhã, às 8h30, horário local, mas foi adiada após o atraso do movimento em divulgar os nomes das três mulheres libertadas. Elas são Romi Gonen, 23 anos, sequestrada em 7 de outubro de 2023 no ataque do Hamas ao festival de música. Emily Damari, 27 anos, que foi tomada como refém na mesma manhã durante o ataque ao kibutz de Kfar Aza, onde se encontrava também Doron Steinbrecher, enfermeira de 31 anos.

As três reféns foram entregues por militantes do grupo terrorista a representantes Cruz Vermelha, de acordo com fontes oficiais a veículos de imprensa internacional. Elas serão entregues ao Exército de Israel ainda em território palestino. Posteriormente serão levadas ao país. Israel irá libertar 90 prisioneiros palestinos, mulheres e menores de idade, detidos em prisões do país.

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Milhares de policiais foram mobilizados em toda a Faixa de Gaza, de acordo com um plano do governo, para manter a ordem e a segurança: foi o que anunciou o escritório de informações do Hamas, conforme relatado pela mídia israelense.

A libertação dos reféns faz parte do acordo assinado após 470 dias de guerra entre Israel e o Hamas e prevê uma primeira fase, com duração de seis semanas, com a libertação de 33 reféns e detidos palestinos, seguida de outras libertações e da retirada israelense. Por fim, a reconstrução de Gaza e uma nova estrutura de governo sob a supervisão do Egito, Catar e das Nações Unidas.

Ataques antes da trégua

Os ataques não cessaram nem mesmo nesta manhã deste domingo, 19. Na Faixa de Gaza, o número de mortos nos ataques israelenses é de 13 e 25 os feridos. Na frente política israelense, fora da coalizão que apoia o governo de Netanyahu, o Poder Judaico, uma formação de extrema direita à qual pertence o partido do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir.

Dois mil caminhões que transportam ajuda humanitária e mercadorias do lado egípcio da passagem de Rafah estão se preparando para entrar em Gaza. Inclui alimentos, roupas, suprimentos médicos, tendas, produtos de higiene e outros itens essenciais. Fontes egípcias ainda informam que 50 ambulâncias entraram em Gaza pela passagem de Rafah, que foi reaberta nesta manhã pela primeira vez desde maio último.

Acordo

O acordo tem como previsão três fases. Nesta primeira, há a previsão da libertação ou entrega dos corpos de 33 pessoas (israelenses ou estrangeiros, incluindo dois que foram sequestrados há dez anos) que estão em Gaza desde o ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023.

Cada mulher israelense libertada corresponderá a 30 prisioneiras palestinas liberadas. Dois menores de 19 anos serão trocados por 30 presos menores de idade palestinos. Cada homem idoso liberto pelo Hamas desencadeará na liberdade de 30 idosos presos por Israel. Civis feridos ou doentes serão trocados por presos doentes (mas limitado a 15 anos de tempo restante de prisão). A soltura de cada um dos soldados mulheres terá como consequência a libertação de 50 prisioneiros palestinos, dos quais 30 condenados à prisão perpétua e 20 a outras penas (limitadas a sentenças de 15 anos).

Os reféns serão liberados aos poucos num prazo de 42 dias. Reféns palestinos serão liberados ainda hoje, porém mais tarde. A segunda e terceira fase têm previsão de início no 16º dia do cessar-fogo. Na segunda fase há uma expectativa para a libertação de 65 reféns remanescentes. Apesar da previsão, não há como garantir que o acordo seguirá em vigor até o fim.

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