NY Exige Que Empresas Informem Demissões Relacionadas ao Uso de IA

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O crescimento explosivo da inteligência artificial no ambiente de trabalho está transformando indústrias e gerando uma mistura de medo e entusiasmo entre profissionais e candidatos a emprego.

Notícias sobre automação em larga escala e consequentes demissões geram preocupação em diferentes setores. Nesta semana, foi relatado que bancos globais podem cortar até 200 mil empregos nos próximos anos, e a Meta está reduzindo 5% da sua equipe, mirando em profissionais com baixo desempenho.

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Nos Estados Unidos, governos estaduais começam a se atentar ao tema e a aumentar as proteções aos profissionais, além de exigir iniciativas de requalificação das empresas.

No relatório “State of the State” de 2025, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, deu um passo significativo para abordar os potenciais impactos da IA na força de trabalho. Hochul ampliou a Lei de Notificação de Ajuste e Requalificação de Trabalhadores – na sigla em inglês, WARN (Worker Adjustment and Retraining Notification Act) – para incluir perdas de empregos relacionadas à IA.

Sob essas novas regulamentações, as empresas devem notificar o estado sobre demissões explicitamente ligadas à adoção de inteligência artificial.

O que muda

A legislação exige que as empresas forneçam aviso prévio de demissões em massa para ajudar os profissionais a se requalificar ou encontrar novos empregos. Mais de uma dúzia de estados americanos têm versões dessa lei, com períodos de aviso e exigências que variam de acordo com o tamanho da companhia.

Agora, Nova York será o primeiro estado a incluir demissões relacionadas à IA, estabelecendo um precedente para a responsabilização corporativa na transformação digital.

A novidade reflete uma maior conscientização sobre o poder da IA para moldar as organizações e a força de trabalho do futuro. Também alerta os empregadores de que os efeitos sociais e trabalhistas da IA devem ser gerenciados de forma responsável. Isso pode incentivar as empresas a investir em programas de requalificação ou redistribuição da força de trabalho, minimizando as reduções no quadro de funcionários.

O que as empresas podem fazer

Investir em programas de requalificação

As companhias podem ampliar iniciativas internas de treinamento para ajudar os funcionários a se adaptar a novas funções que aproveitem as tecnologias de IA, em vez de competir com elas. Isso inclui a requalificação de trabalhadores para funções de alta demanda, como gerenciamento de sistemas de IA ou análise de dados.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as lacunas de habilidades são consideradas a maior barreira à transformação das empresas.

Segundo o levantamento, 85% dos empregadores planejam priorizar a qualificação de sua força de trabalho, sendo que 50% planejam a transição de funcionários de funções em declínio para funções em crescimento.

No entanto, um relatório da The Conference, publicado na mesma semana, afirma que apenas 7% dos diretores de RH dizem estar implementando estratégias de requalificação para funções com alta probabilidade de terem pelo menos 25% das tarefas assumidas por IA.

A governadora de Nova York determinará que o Escritório de Serviços de Tecnologia da Informação implemente treinamentos de IA para os funcionários do estado. A capacitação vai oferecer educação básica sobre como a IA pode ser usada de forma segura no local de trabalho para melhorar produtividade e eficiência.

Elaborar um planejamento estratégico para a força de trabalho

Os empregadores devem avaliar suas necessidades de força de trabalho, identificando oportunidades para qualificar funcionários atuais em vez de depender exclusivamente de contratações externas para posições relacionadas à IA. Eles também devem considerar quais novos empregos serão criados pela transformação com a inteligência artificial e atualizar seus planos de recrutamento de acordo com isso.

Segundo o relatório “State of the New York City Economy” da NYCEDC (New York City Economic Development Corporation), para cada emprego perdido para a IA em Nova York, de quatro a dez outras funções podem ser ampliadas por ela. A consultoria McKinsey & Company também prevê que a região terá 200 mil novos empregos líquidos até 2030, relacionados a avanços como a IA.

Tomar decisões com transparência

Com os requisitos regulatórios em vigor, as empresas devem comunicar abertamente as razões por trás das mudanças impulsionadas pela IA e incluir os profissionais no processo de transição. A comunicação clara constrói confiança e ajuda a aliviar preocupações dos funcionários, esclarecendo os motivos para a adoção da IA e os resultados esperados. Ser transparente cria um ambiente de equipe em que os trabalhadores se sentem valorizados e informados, aumentando a probabilidade de que aceitem programas de requalificação oferecidos pelos empregadores.

O que fazer para não perder seu emprego para a IA

Os profissionais devem focar em cinco estratégias para se posicionarem com sucesso no cenário em transformação impulsionado pela IA:

  • 1. Compreenda as tendências: Antecipe como a IA irá ampliar ou substituir funções em seu setor nos próximos anos.
  • 2. Invista em aprendizado contínuo: Cursos online tornam o aprendizado acessível para profissionais de qualquer idade e nível atual de proficiência técnica.
  • 3. Foque em habilidades socioemocionais: Desenvolve e mantenha habilidades socioemocionais, como liderança, curiosidade e pensamento crítico, que continuarão sendo indispensáveis mesmo com o avanço da IA.
  • 4. Aproveite ferramentas de IA: Familiarize-se com ferramentas baseadas em IA para mostrar aos empregadores que você pode se adaptar e prosperar em um ambiente de trabalho aprimorado pela tecnologia.
  • 5. Construa redes e conexões: Conecte-se a comunidades ligadas à inteligência artificial para descobrir oportunidades alinhadas às suas habilidades e interesses.

*Phil Kirschner é colaborador da Forbes USA. Ele é especialista no futuro do trabalho e na dinâmica dos ambientes profissionais. Já trabalhou como Expert Sênior na McKinsey & Company, foi líder de estratégia de ambiente de trabalho na WeWork, JLL e Credit Suisse.

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