Um sinal de esperança, afirma Parolin sobre prisioneiros livres em Cuba

Cuba, por meio do Ministério das Relações Exteriores de Havana, anunciou a libertação de 553 prisioneiros, em contexto mediado pela Igreja Católica

Cardeal Pietro Parolin / Foto: Matteo Minnella A3 Contrasto via Reuters

Da redação, com Vatican News

“A notícia da anunciada gradual libertação de 553 prisioneiros cubanos é um sinal de grande esperança neste início do Jubileu”. Foi o que disse o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado, ao ser questionado pela mídia vaticana enquanto se encontra na França.

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“É significativo que as autoridades de Havana tenham vinculado diretamente essa decisão ao apelo do Papa Francisco, que na Bula de proclamação do Jubileu, e depois em várias outras ocasiões, pediu gestos de clemência, como aconteceu tantas vezes por ocasião do Ano Santo”.

“O ano de 2024 foi encerrado com a comutação, pelo presidente dos Estados Unidos, de dezenas de sentenças de morte em sentenças de prisão perpétua e com a notícia de que o Zimbábue aboliu a pena capital. Esperamos que este 2025 continue nessa direção e que as boas notícias se multipliquem, especialmente com a trégua dos muitos conflitos ainda em andamento”, afirmou o prelado.

Entenda o caso

Uma libertação gradual, mas ampla, no contexto de uma mediação com a Igreja Católica que vem ocorrendo há anos. Foi o que anunciou nesta terça-feira, 14, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, que em um comunicado anunciou a decisão de libertar 553 pessoas, “condenadas por vários crimes”. Não foi especificado se as pessoas que Havana libertará incluem prisioneiros políticos, muitos dos quais estão cumprindo penas por participarem de manifestações contra o governo em julho de 2021. O anúncio foi feito poucas horas depois que o governo estadunidense de Joe Biden anunciou que removeria Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, que inclui países como Coreia do Norte, Irã e Síria. A nota diplomática cubana não faz referência a um vínculo direto com a decisão tomada pela Casa Branca, onde o presidente eleito Donald Trump, que durante seu primeiro mandato havia incluído Cuba nessa mesma lista, assumirá o cargo em breve.

A esperança do Papa Francisco

Por sua vez, Havana especifica que, no início de janeiro, o presidente Miguel Díaz-Canel enviou uma carta ao Papa Francisco, comunicando a decisão de conceder “liberdade a 553 pessoas punidas por vários crimes”. O governo cubano informou que havia “mantido comunicação com o Papa Francisco e seus representantes e, como no passado, informou Sua Santidade sobre os processos de revisão e libertação de pessoas privadas de liberdade”, lembrando como “mais de 10.000 pessoas punidas com a privação de liberdade” haviam sido libertadas da prisão entre 2023 e 2024 com “diferentes tipos de benefícios previstos em lei”. Na véspera Ano Santo em andamento, o Pontífice havia solicitado formas de anistia e perdão de penas na Bula de proclamação de um Jubileu que ele quis dedicar ao tema “Peregrinos de esperança”. “Espírito”, este do Jubileu, recordado na Declaração de Havana.

Passos na história

Em 1998, quando São João Paulo II visitou a ilha, Fidel Castro libertou cerca de 200 pessoas. Milhares de prisioneiros voltaram à liberdade na véspera da visita de Bento XVI a Cuba em 2012 e cerca de 3.500 antes da chegada do Papa Francisco em 2015. Nesse meio tempo, houve o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana em dezembro de 2014. Tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto seu homólogo cubano, Raúl Castro, agradeceram ao Papa Francisco por sua contribuição para o alcance do acordo.

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