Fim de checagem vale apenas para os EUA, diz Meta à AGU

Em resposta ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), a Meta afirmou que o encerramento do programa de checagem de fatos da companhia nas redes sociais será realizado, inicialmente, somente nos Estados Unidos. De acordo com a empresa, a iniciativa será testada e aprimorada antes da expansão para outros países.

“A Meta desde já esclarece que, no momento, está encerrando seu Programa de Verificação de Fatos independente apenas nos Estados Unidos, onde testaremos e aprimoraremos as Notas da Comunidade antes de dar início a qualquer expansão para outros países”, diz o documento enviado à AGU.

A empresa afirma estar comprometida em respeitar os direitos humanos e seus princípios e igualdade, segurança, dignidade, privacidade e voz. Segundo o documento, as mudanças recentemente anunciadas buscam “o equilíbrio ideal entre a liberdade de expressão e a segurança”.

A resposta confirma o que havia sido anunciado inicialmente pela companhia em relação a medida ser direcionada ao país norte-americano.

Conforme mostrou a CNN, o documento será analisado e discutido em reunião técnica, que deverá ocorrer nesta terça-feira (14) sob a coordenação da AGU.

No documento, a Meta afirma ainda que as mudanças visam simplificar os sistemas para diminuir o “exagero na aplicação de políticas e reduzir erros”.

A empresa diz reconhecer que formas abusivas da liberdade de expressão podem causar danos, especialmente para grupos vulneráveis, mas afirma que esforços bem-intencionados de gerenciar conteúdos nas redes sociais “se ampliaram ao longo do tempo até o ponto de termos às vezes exagerado na aplicação de nossas regras, limitando debate político legítimo e, com frequência, impedindo a livre expressão que pretendemos viabilizar”.

A Meta explicou também que utiliza sistemas automatizados para detectar violações a todas as políticas e que, a partir de agora, esses sistemas serão usados para lidar apenas com violações de alta gravidade, como terrorismo, exploração sexual infantil, drogas, fraudes e golpes.

A plataforma argumenta ainda que a nova iniciativa é uma forma diferente de alcançar o objetivo original de fornecer às pessoas maiores informações sobre o que estão vendo.

“Nós esperamos que nossa abordagem para a desinformação seja aprimorada com o empoderamento de nossos usuários, que decidirão quando postagens são potencialmente enganosas e precisam de mais contexto, reduzindo o risco de vieses nas decisões de moderação de conteúdo”, afirma.

Checagem de fatos

A resposta da Meta cumpre uma determinação dada pela AGU da última sexta-feira (10), de que a empresa deveria se manifestar em até 72 horas sobre o fim da checagem de fatos.

O órgão alegou que a decisão da Meta poderia trazer “consequências nefastas”, e que as big techs deveriam “assumir suas responsabilidades com o ambiente informacional íntegro”, além de adotar medidas para mitigar danos que seus produtos possam causar aos usuários.

A Meta é responsável pelo Instagram, Threads, Facebook e WhatsApp. A empresa anunciou em 7 de janeiro suas novas diretrizes para garantir mais “liberdade de expressão” nas redes sociais.

Entre as ações, está a diminuição de filtros e da moderação de conteúdos, além do fim da checagem de fatos (e desinformação) divulgados por usuários.

O CEO da plataforma, Mark Zuckerberg, também anunciou a intenção de trabalhar com o governo de Donald Trump contra ações de governos daqueles países que mirem empresas dos Estados Unidos e que defendam “mais censura”.

Veja íntegra do documento.

Fonte: CNN Brasil

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