MP apura transações e uso de verbas públicas por antiga gestão da Federação de Futsal em SC

O calendário do futsal catarinense já começou com o primeiro jogo da Recopa entre JEC Futsal e Cunha Porã, mas nos bastidores, a movimentação é intensa desde o ano passado. Com nova diretoria eleita no fim de 2023, a FCFs (Federação Catarinense de Futsal) enfrenta vários problemas com relação às contas e o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) está com os olhos voltados para a entidade.

Federação Catarinense de Futsal é alvo de investigação do MPSC

MPSC apura possíveis transações e repasses à Federação Catarinense de Futsal- Foto: Reprodução/GoogleMaps

No dia 11 de março deste ano, o MPSC instaurou um procedimento administrativo para “averiguar, em cunho não permanente, eventuais irregularidades relacionadas à gestão e/ou à destinação de recursos públicos da Federação Catarinense de Futebol de Salão (FCFS) e da Liga Atlética de Futsal (LAF)”. O período de apuração é o quadriênio 2020-2023, ou seja, o da antiga gestão da Federação.

O Ministério Público já solicitou à atual gestão documentos e esclarecimentos a respeito dos extratos bancários da associação, especialmente os que estejam relacionados às supostas transações envolvendo o ex-presidente da FCFs, Márcio Leandro D’Ávila e a Liga Atlética de Futsal, entidade que era a responsável por organizar o futsal em Santa Catarina, além das prestações de contas referentes ao mesmo período.

O MPSC solicitou, ainda, registros sobre possíveis repasses de verbas públicas de outros municípios ou entes públicos diversos além de Florianópolis, assim como informações e documentos relevantes que deem a dimensão da atual situação da entidade.

A investigação iniciou ainda em 2023, antes mesmo da instauração do procedimento, com uma denúncia realizada em função de supostas irregularidades encontradas nas contas da Federação.  Com eleições previstas para o ano passado, o Conselho Fiscal da Liga Atlética de Futsal, entidade que recebia as verbas, foi acionado a fim de verificar as movimentações financeiras, no entanto, de acordo com o atual presidente da FCFs, Nelson Carvalho Neto, os conselheiros não tiveram acesso aos dados e a aplicação da verba era desconhecida.

Enquanto a investigação e a apresentação de documentos continua, a atual gestão da FCFs apresentou uma nova informação ao Ministério Público, informa Nelson.

“Descobrimos um recibo de R$ 10 mil de uma empresa que patrocinava a final do Estadual e estamos informando o MP que estamos colocando à disposição as contas da Federação para que seja checado se o dinheiro teve entrada e saída, visto que não tem nenhum balancete de contador. A FCFs ficou quatro anos sem um responsável por emitir balancetes”, conta Nelson.

À reportagem, o atual presidente da FCFs falou sobre a importância da investigação.

“Esse investigação vai mostrar o quão grande é o potencial de crescimento da modalidade, basta que todos, árbitros, atletas, técnicos, dirigentes e clubes foquem em um profissionalismo que hoje é luxo de pouco mais que uma dezena de times. Esperamos que em breve os números sejam divulgados publicamente e que cada responsável, arque com sua responsabilidade”, disse.

Já o ex-presidente, citado no procedimento instaurado pelo MP, afirmou que não há nenhuma irregularidade e enviou dois documentos da Prefeitura de Florianópolis, um de novembro de 2023 e outro de março deste ano sobre os repasses.

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