EUA aumentam sanções à Venezuela e oferecem R$ 150 milhões pela captura de Maduro

Em fim de mandato, o presidente estadunidense Joe Biden condenou a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato na Venezuela, que aconteceu nesta sexta-feira (10), e reconheceu o opositor Edmundo González Urrutia como o vencedor das eleições. Ainda, aumentou a recompensa oferecia pelos EUA pela captura de Maduro para o valor máximo de US$ 25 milhões (cerca de R$ 152,4 milhões na cotação atual).

Recompensa por informações que levem à captura de Maduro chega a mais de R$ 150 milhões - Foto: Juan Barreto/AFP/ND

Recompensa por informações que levem à captura de Maduro chega a mais de R$ 150 milhões – Foto: Juan Barreto/AFP/ND

Donald Trump, que tomará posse no dia 20 de janeiro, também considera González Urrutia como “presidente eleito” e saiu em defesa do opositor e da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado.

A oposição de Maduro denunciou a prisão de María Corina após um protesto na última quinta-feira (9), mas o governo nega o ocorrido. “Esses lutadores pela liberdade não devem ser feridos, e devem permanecer em segurança e vivos!”, escreveu Trump em suas redes sociais.

Prêmio pela captura de Maduro e outros oficiais venezuelanos chega a quase meio milhão de reais

Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) em Caracas, após ser proclamado vencedor em julho pela autoridade eleitoral venezuelana. As atas de votação, que são exigidas por lei, não foram publicadas até o momento.

No X (antigo Twitter), o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, declarou que Maduro “não tem direito de reivindicar a presidência” e que “González Urrutia deve assumir o cargo e a transição democrática deve ter início”.

Escolhido de última hora para a disputa presidencial após María Corina Machado ter sido impedida pela justiça venezuelana, González Urrutia é reconhecido pelos EUA como presidente legitimamente eleito - Foto: Reprodução/X

Escolhido de última hora para a disputa presidencial após María Corina Machado ter sido impedida pela justiça venezuelana, González Urrutia é reconhecido pelos EUA como presidente legitimamente eleito – Foto: Reprodução/X

Após a confirmação da posse, anunciou uma série de sanções contra o líder venezuelano, incluindo um prêmio milionário para quem fornecer informações que levem à captura de Maduro e do ministro do Interior, Justiça e Paz Diosdado Cabello, acusados de corrupção e tráfico de drogas.

“Para levar Maduro e seus cúmplices à Justiça por crimes relacionados à conspiração para distribuir cocaína, tráfico de drogas e corrupção, aumentamos a recompensa para US$ 25 milhões [cerca de R$ 152,4 milhões] por informações que ajudem a capturar o presidente e seu ministro do Interior”, acrescentou Blinken. Este é o valor mais alto permitido pela legislação estadunidense.

Biden também anunciou aumentou para R$ 15 milhões (equivalente a R$ 91,4 milhões) por informações sobre o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, segundo informações da AFP.

Maduro foi reconhecido pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) como o vencedor das eleições, mas atas de votação não foram apresentadas - Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ ND

Maduro foi reconhecido pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) como o vencedor das eleições, mas atas de votação não foram apresentadas – Foto: Reprodução/ Redes Sociais/ ND

Falta de reconhecimento internacional pressiona governo de Maduro

Além do prêmio dos EUA pela captura de Maduro, Canadá, União Europeia e Reino Unido também sancionaram a Venezuela em uma tentativa de aumentar a pressão internacional, de acordo com a AFP.

Outros países latinoamericanos, Argentina, Chile, Costa Rica, Paraguai, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, também contestam a legitimidade da eleição de Maduro. No Brasil, Lula não contestou oficialmente os resultados, mas criticou a forma como o líder venezuelano lidou com os opositores durante a campanha.

Apesar do prêmio pela captura de Maduro, Biden não deve revogar as licenças que permitem petroleiras operarem na Venezuela

Conforme a AFP, os EUA se abstêm, por enquanto, de revogar as licenças individuais concedidas a várias petroleiras, como a americana Chevron, a espanhola Repsol ou a francesa Maurel & Prom.

As licenças continuarão sendo aprovadas “caso a caso”, informou um funcionário do governo estadunidense que pediu anonimato em entrevista a jornalistas.

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