Nascimento de primeira arara-azul-de-lear de 2025 é celebrado em ‘maternidade’ de animais

O dia 3 de janeiro foi marcado pelo nascimento de arara-azul-de-lear, o primeiro de 2025 no Cecfau (Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre), em São Paulo. Filha de um casal resgatado do tráfico de animais, a ave agora faz parte dos 14 indivíduos da espécie nascidos no local.

Nascimento de arara-azul-de-lear: filhote sendo alimentado em centro de pesquisa

Nascimento de primeira arara-azul-de-lear de 2025 é celebrado em ‘maternidade’ de animais – Foto: Divulgação/Semil/ND

Mantido pela Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, o Cecfau é considerado a “maternidade” de animais ameaçados de extinção. No ano passado, 6 araras-azuis-de-lear nasceram no local.

Nascimento de arara-azul-de-lear é celebrado por profissionais

Conforme a Semil, ainda não é possível identificar o sexo do pássaro, que é acompanhado pelos profissionais do Cecfau, sendo alimentado e mantido no berçário, localizado em Araçoiaba da Serra.

Os novos papais se chamam Maria Eduarda e Dumont, e foram resgatados do tráfico de animais. Eles foram cuidados pela equipe da “maternidade”  e seguem sendo acompanhados no local.

Nascimento de arara-azul-de-lear: filhote sendo alimentado em centro de pesquisa

Nascimento de arara-azul-de-linear – Foto: Divulgação/Semil/ND

De acordo com a secretaria, o filhote de arara-azul-de-lear será solto na natureza após aprender a voar, se alimentar sozinho e passar por uma avaliação em outra instituição especializada.

“Maternidade” para animais ameaçados de extinção é referência em reprodução

O Cecfau faz parte do Programa de Manejo Populacional da arara-azul-de-lear desde sua inauguração, em 2015. O objetivo é auxiliar na conservação da espécie por meio de ações de conservação.

Conforme a Semil, o centro se consolidou como referência na reprodução e conservação de espécies ameaçadas de extinção. No local, os pesquisadores promovem a procriação dos animais para evitar o desaparecimento deles e também garantir, quando possível, sua reinserção na natureza.

Sobre a arara-azul-de-lear

Segundo a Semil, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma ave endêmica brasileira que costuma viver em família, bando ou grupos na região da caatinga, no nordeste do estado da Bahia.

A espécie utiliza os paredões rochosos de arenito-calcário, que são cheios de fendas, como ninhos e dormitório. Essas aves são consideradas muito inteligentes e possuem fidelidade aos locais de alimentação e reprodução, sendo difícil encontrá-las sozinhas em vida livre.

Casal de arara voando no céu em tarde ensolarada

Nascimento de arara-azul-de-lear: espécie é ameaçada de extinção – Foto: Guilherme Serpa/Arquivo pessoal/ND

A arara-azul-de-lear mede cerca de 75 centímetros, pesa 950 gramas e pode viver, em média, 50 anos na natureza. A ave se alimenta de coquinhos da palmeira Licuri (Syagrus coronata), embora também busque outros alimentos, como baraúnas, pinhões, umbus, mucunãs e até milhos-verdes.

O tráfico de animais silvestres e a destruição do habitat são os principais fatores de ameaça da espécie, considerada em perigo de extinção.

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