Resoluções de ano novo para os amantes de vinhos

Faltam poucos dias para 2024 acabar e nesta época é quase uma obrigação fazer aquela lista com tudo o que queremos realizar no novo ano que se aproxima. Então pode confessar: “aprender mais sobre vinhos” está na sua lista há anos, mas nunca foi sua prioridade, certo?

Quem entende o básico sobre vinhos tem mais facilidade na hora de escolher rótulos, tem mais confiança para participar de degustações e até dar dicas para amigos. 

Mas se “aprender sobre vinhos” parece um objetivo muito vago e você não sabe o que fazer para atingi-lo, aqui vão cinco pequenas metas para te ajudar a prender sobre vinhos de forma simples e prazerosa em 2025.

1 – criar um sistema de anotações sobre vinhos

Não importa se vai usar um caderninho ou o bloco de notas do celular, o importante é anotar sobre os vinhos que você experimenta. Inclusive sobre os que não te agradam. As anotações ajudam a aprender sobre suas preferências e sobre as características dos diferentes estilos de vinhos. 
Se você está começando, tente pelo menos tirar fotos dos rótulos para facilitar suas decisões de compras futuras.

Para avançar um pouco mais, anote o nome do rótulo, o produtor, o país (ainda melhor se souber a região mais específica) a safra (ano da colheita das uvas) e a uva (ou uvas, se for um blend).

Se você já tem experiência na degustação, anote os aromas que percebeu, se era um vinho leve ou encorpado, e quais sabores sentiu na boca. Anote também sobre os taninos e a acidez do vinho.

Aliás, já falei sobre a importância da acidez pro vinho, lembra? Dá uma olhadinha pra saber como identificar essa característica na boca:

Quem disse que vinho ácido é ruim?

2 – experimentar novas uvas 

Eu sei que é mais fácil e seguro comprar vinhos que você já conhece e aprecia. Mas experimentar uvas diferentes pode te levar a descobertas inesperadas. 

Calcula-se que existam mais de 5 mil variedades da espécie vitis vinifera, uva usada para a produção de vinhos finos e cada uma delas traz uma combinação única de sabores, aromas e texturas. Ou seja, há um verdadeiro mundo de possibilidades para se aventurar. 

Por exemplo, se você adora Cabernet Sauvignon, pode experimentar um Touriga Nacional, uva tradicional portuguesa que pode oferecer vinhos tão encorpados quanto um cabernet, mas apresentando notas florais e de frutas escuras que você talvez ainda não tenha explorado.

Outras sugestões:
Se você gosta de Sauvignon Blanc, experimente um Chenin Blanc
Se você gosta de Chardonnay, experimente um Torrontés
Se você gosta de Pinot Noir, experimente um Sangiovese
Se você gosta de Malbec, experimente um Nebbiolo

3 – experimentar vinhos de países diferentes

Algumas uvas se expressam de forma absolutamente diferente dependendo do país ou região em que são plantadas. Algumas ganham inclusive nomes diferentes para demonstrar essa diferença. É o caso da uva italiana Primitivo que nos Estados Unidos é chamada de Zinfandel e também da Syrah (na Europa) ou Shiraz (na Austrália).

A produção de vinhos com uvas locais – chamadas autóctones – reflete as tradições de cada país ou região. Portugal, por exemplo, se orgulha de produzir vinhos quase exclusivamente com suas uvas nacionais, que representam plenamente seu terroir.

Que tal experimentar duas versões da mesma uva, produzidas em diferentes países? Você vai se surpreender. 

Também indico fortemente conhecer os vinhos da África do Sul e da Nova Zelândia, como um Sauvignon Blanc de Marlborough. Cada país traz estilos únicos, influenciados por terroir e tradições locais.

4 – participar de degustações guiadas

Desde que comecei a estudar sobre vinhos tenho participado de inúmeras degustações guiadas e destaco: nesses eventos tive a oportunidade de experimentar vinhos incríveis, pouco comuns ou pouco acessíveis (por diversos fatores, mas especialmente pelo preço). 

E o mais importante: esses eventos são geralmente conduzidos por sommeliers ou enólogos que compartilham conhecimentos valiosos sobre as características do vinho, o processo de produção e notas de degustação que fazem toda a diferença para a experiência que temos com o vinho.

Durante uma degustação guiada, você será incentivado a prestar atenção a detalhes e  nuances que talvez passassem despercebidos se você estivesse degustando sozinho.

Para começar no mundo das degustações, sugiro ficar de olho nos eventos promovidos por lojas de vinhos e também nos organizados pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SC) em Florianópolis.

5 – aprender in loco em uma vinícola catarinense

Todos os anos, entre janeiro e março ocorre a colheita das uvas na serra de Santa Catarina. Para celebrar a Vindima, cada vinícola prepara atrações gastronômicas e culturais para os amantes de vinhos. 

Esse é o período ideal para visitar uma das vinícolas da região, aprender sobre os processos de produção e ter experiências de degustação em paisagens incríveis. 

A Associação Vinhos de Altitude de Santa Catarina congrega 28 vinícolas, o que garante uma excelente diversidade de vinhos e de atrações.

Beatriz Cavenaghi é jornalista, doutora em Gestão do Conhecimento pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-SC). @beacavenaghi no Instagram.

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