Quais São as Perspectivas para as Criptomoedas em 2025?

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As cotações das criptomoedas dispararam desde o início de novembro de 2024 devido à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas. Os investidores acreditam que o apoio prometido pelo presidente eleito aos ativos digitais levaria a menos restrições regulatórias, facilitando a captação de recursos novos. Com isso, uma das maiores gestoras de investimentos do mundo, a BlackRock passou a sugerir de 1% a 2% de alocação no bitcoin (BTC) nas suas carteiras.

As cotações subiram mais de 36% desde o dia das eleições, quando o bitcoin valia US$ 75,6 mil (R$ 453,6 mil). O preço da moeda digital aumentou 133,41% desde o início do ano, quando estava avaliado em US$ 44,2 mil (R$ 265,2 mil). E então, a moeda digital bateu a marca dos US$ 100 mil — considerado um patamar psicológico importante.

Para estimular ainda mais as cotações, o anúncio de Paul Atkins para presidir a Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) americana, foi motivo de ainda mais euforia para o mercado. O escolhido é uma indicação de Trump. Em novembro, o atual presidente da SEC, Gary Gensler, anunciou que deixará o cargo em janeiro. A sua saída foi um alívio para o setor de criptomoedas, já que sua gestão foi marcada por ações de fiscalização contra empresas de criptoativos, incluindo grandes exchanges.

O mercado de criptomoedas segue otimista para 2025, impulsionado ainda pelo crescente interesse de bancos e corretoras tradicionais que estão incorporando ativos como bitcoin e ether (ETH) em seus portfólios. Esse movimento ocorre em um cenário de regulações mais claras e avanços tecnológicos significativos, fortalecendo a confiança no setor.

Tendências para 2025

De acordo com um estudo da corretora Hashdex, o valor total do ecossistema global de ativos digitais gira em torno de US$ 3 trilhões (R$ 18 trilhões), com perspectivas de crescimento acelerado. Por isso, os especialistas consultados pela Forbes destacam que 2025 será um ano de crescimento para o investimento em cripto, beneficiado pela redução das taxas de juros pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano, e pelo retorno de US$ 16 bilhões (R$ 99 bilhões) ao mercado devido aos repagamentos da FTX. “O cenário regulatório positivo nos EUA também desempenhará um papel crucial”, afirma o head de ativos digitais da Empiricus Research, Valter Rabelo.

Vinicius Bazan, CEO da Underblock, vê um grande espaço mesmo para quem ainda está buscando investir nessa classe de ativos. “Nós temos uma visão de continuidade do bull market nas moedas digitais, principalmente com o governo Trump e com as medidas que virão”, diz o especialista.

Finanças descentralizadas (DeFi) e inteligência artificial (IA) prometem ser protagonistas no próximo ano. Paralelamente, a definição de regras para classificação, custódia e tributação de criptoativos será fundamental para atrair investidores e criar produtos financeiros acessíveis.

Mundo digital

O valor do bitcoin mais do que dobrou em 2024. Segundo Bazan, em 2025 a criptomoeda deve se consolidar como um ativo de reserva de valor, em vez de ser considerada um meio de pagamento.

O especialista destaca o crescimento contínuo das finanças descentralizadas. “Elas criam produtos e serviços que ampliam soluções tradicionais, como a Pendle, que tokeniza retornos do mercado de títulos. Isso é um exemplo claro de como o DeFi está criando uma ponte entre o mercado tradicional e o cripto.” Outro setor em expansão são os RWAs, ativos do mundo real tokenizados.

Os especialistas também ressaltaram a importância de avanços regulatórios tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “No Brasil, a Receita Federal está trabalhando em regras mais definidas para declaração e tributação de criptoativos, enquanto globalmente esperamos maior clareza regulatória, especialmente nos Estados Unidos”, diz Rabelo.

Em relação à adoção de criptomoedas como meio de pagamento, Bazan observa que o crescimento será liderado por transações institucionais, e não pelo uso cotidiano. “O tether (USDT) é hoje o ativo mais utilizado para grandes remessas internacionais. Não vejo o bitcoin sendo usado para pagar um cafezinho. No entanto, as stablecoins estão desempenhando um papel crucial em transações de alto valor,” diz o CEO.

Perspectivas para o ether

O bitcoin deve manter sua posição como o principal ativo digital. No entanto, Rabelo observa que o ether vem ganhando espaço entre investidores institucionais. “O ether está se consolidando como a base de uma nova infraestrutura financeira”, explica.

Embora a perspectiva seja positiva, alguns fatores merecem atenção. Para o head da Empiricus, um dos principais desafios é a concorrência com a Solana, outro ativo de destaque na mesma categoria.

Ainda assim, a rede Ethereum continua sendo uma das mais movimentadas para o desenvolvimento de aplicações descentralizadas (dApps) e contratos inteligentes (smart contracts). Com essa grande demanda, a perspectiva é positiva e de alta para 2025, indicam os especialistas.

Oportunidades e desafios

Entre os obstáculos, o gerenciamento de risco permanece a principal barreira para investidores. “Embora o mercado esteja em um momento único do ponto de vista regulatório, algumas expectativas, como a adoção de reservas estratégicas de bitcoin pelos EUA, podem não se concretizar”, alerta Rabelo. Outro desafio é a falta de clareza regulatória, que ainda afasta parte dos investidores.

Mesmo assim, o setor apresenta avanços significativos, especialmente na área de inteligência artificial (IA), que promete trazer impactos ao ecossistema no próximo ano. As tecnologias como agentes de IA, capazes de resolver problemas complexos de forma autônoma, têm potencial para transformar o mercado, embora ainda estejam em estágios iniciais de desenvolvimento.

A interação entre IA e blockchain é outro ponto de destaque. “A infraestrutura descentralizada permite que projetos menores utilizem modelos de IA de maneira mais acessível e eficiente, o que pode impulsionar a inovação no setor no próximo ano”, diz Bazan.

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