POM divulga mensagem final do 6º Congresso Americano Missionário

Texto apresenta fruto de partilhas realizadas durante o evento, incluindo desafios a serem enfrentados e propostas para superá-los no âmbito missiológico

Da Redação, com Pontifícias Obras Missionárias

Foto: Victória Holzbach

Após o encerramento do 6º Congresso Americano Missionário (CAM6), as Pontifícias Obras Missionárias (POM) divulgaram a mensagem final do evento nesta quarta-feira, 27. Entre outros aspectos, foi destacado sobretudo o espírito de sinodalidade que se realizou o congresso.

O texto começa com um agradecimento a Deus pela realização do CAM6 e pela participação das centenas de missionários nas atividades em Porto Rico entre os dias 19 e 24 de novembro. O congresso reuniu mais de 1.300 participantes, de 42 países.

“Aqui em Ponce”, expressa o documento, “celebramos a riqueza do intercâmbio cultural e eclesial dos participantes do Canadá, no norte, à Argentina, no sul, reunidos nas Antilhas e acompanhados pela África, Europa e Ásia; representados por irmãos e irmãs da Itália, Espanha, Vietnã, Filipinas e outros”.

O CAM6 foi orientado por um processo de reflexão missiológica sinodal construído sobre três eixos temáticos principais que vêm do objetivo do Congresso: “Impulsionados pelo Espírito”, “Testemunhas de Cristo” e “Até os confins da terra”. Na mensagem, é detalhado que cada dia de atividades foi dividido em dois grandes blocos, de iluminação missiológica e de reflexão metodológica e discernimento.

“Essa metodologia utilizou como ponto de partida os pilares das Pontifícias Obras Missionárias: Cooperação, Animação, Formação e Espiritualidade. Tudo isso foi acompanhado por uma efervescente animação missionária que se intercalou entre os diferentes momentos e anunciou o fruto da alegria no Espírito”, registra o texto.

Resistências

Além disso, o documento relata que, a partir das partilhas realizadas, identificou-se que são enviados missionários para além das igrejas locais, mas não na proporção esperada, configurando certa resistência. “Essa consciência nos convida a pedir perdão aos nossos irmãos mais pobres que ainda estão esperando que a mensagem libertadora do Evangelho seja proclamada nos confins da terra”, expressa a mensagem.

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Tal resistência está baseada em diversos aspectos: “introversão eclesial que nos faz olhar especialmente para as realidades internas dos respectivos grupos, movimentos, paróquias e dioceses”; “falta de gratuidade para com os missionários ad gentes existentes”; “falta de formação missiológica em nossas igrejas locais”; e “falta de infraestrutura financeira e de recursos humanos para apoiar a dimensão missionária”.

Diante disso, as propostas que emergiram para solucionar estas questões foram: “para promover o alcance constante, conforme o apelo do Papa Francisco, para além de nossa própria pobreza”; “conhecer nossos agentes pastorais e missionários, mantendo uma comunicação próxima com eles, promovendo seu trabalho e apoiando-os de longe”; “Tornar conhecidos os centros de treinamento missiológico, promovê-los e convidar constantemente ao patrocínio, criando redes internacionais de cooperação entre eles”; e “promover uma participação mais ativa dos leigos e das famílias na organização missionária e, sobretudo, reconhecer o lugar vital dos jovens nessa realidade”.

“No CAM6, até o momento, vislumbramos uma proposta missionária global que promove uma animação concretamente alimentada por uma cooperação que estabelece redes entre as Igrejas locais e as realidades missionárias existentes”, reconhece a mensagem. “Vivemos em um mundo fragmentado e ferido, onde até mesmo a maior parte do mundo não é cristã. Mas, acima de tudo, estamos unidos na esperança porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações com o Espírito Santo que nos foi dado e nos impulsiona como testemunhas”, complementa.

Sinodalidade

O documento destaca ainda que “o encontro com Jesus […] é e continua sendo o caminho para a transformação, pessoal e social, em uma tensão escatológica contínua” e que, uma vez que a missão molda o missionário, todos são “chamados a uma conversão missionária integral”.

“Somos chamados a tocar Cristo na carne de nossos irmãos”, continua o texto, “especialmente nos mais pobres, marginalizados e excluídos. Respondemos a essa realidade com a cooperação missionária, que hoje nos convida a construir redes com seus respectivos ‘nós’ e interações”. Neste contexto, é frisada a necessidade de uma sinodalidade ministerial, pela qual cada vocação coloca-se em função da missão e é chamada a se integrar com todas as outras.

Diante disso, são reconhecidos como desafios o “medo e indiferença em relação à missão ou à realidade vivida pelos irmãos mais pobres” e “sair de sua zona de conforto pessoal e pastoral”. Para enfrentá-los, o documento propõe “um método que é chamado a integrar as diferenças e as experiências dos fiéis”; a ampliação das particularidades na busca de convergências; a insistência em permanecer em saída; e “um modelo missionário por atração, baseado na presença, no acompanhamento, na proximidade, no diálogo, no reconhecimento e na valorização do outro”.

Na conclusão da mensagem, é enfatizado que o CAM6 ocorreu no contexto do Sínodo sobre a Sinodalidade. “Às portas do próximo Jubileu da Esperança, estamos orientados para um novo amanhecer missionário em nosso continente americano, para sermos, com nosso testemunho, um presente de Deus para o mundo, impulsionados pelo Espírito Santo”, encerra o texto.

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