Papa: a alegria do Evangelho enche o coração e a vida

Francisco dedicou a catequese desta quarta-feira aos frutos do Espírito Santo, especialmente a alegria: não se comunica o Evangelho “de cara fechada”

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco saúda fiéis na catequese desta quarta-feira, 27 / Foto: REUTERS/Ciro de Luca

A catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 27, foi dedicada aos frutos do Espírito Santo, especialmente a alegria. “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, afirmou.

A reflexão foi inspirada na Carta de São Paulo aos Gálatas, onde o apóstolo descreve os frutos do Espírito – caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Francisco explicou que esses frutos nascem de uma colaboração entre a graça divina e a liberdade humana e exprimem sempre “a criatividade da pessoa, na qual ‘a fé opera pela caridade’ (Gl 5,6), por vezes de forma surpreendente e alegre”.

“Nem todos na Igreja podem ser apóstolos, profetas, evangelistas; mas todos nós, sim, devemos ser caridosos, devemos ser pacientes, devemos ser humildes, construtores de paz e não de guerra.”

A alegria do Evangelho

Recordando as palavras iniciais de sua Exortação apostólica Evangelii gaudium, Francisco falou da alegria do Evangelho. Uma alegria que não se desgasta com o tempo e se multiplica quando compartilhada. É uma alegria que se renova diariamente e se torna contagiosa.

“Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da autorreferencialidade.”

Além da alegria, a paz foi outro elemento destacado pelo Papa. O Pontífice frisou que tudo passa rápido na vida – juventude, saúde, forças, amizades, amores. Podem até durar 100 anos, não mais que isso. “Aliás, mesmo que essas coisas não passassem tão rápido, depois de um tempo já não bastam ou até se tornam tediosas, porque, como dizia Santo Agostinho dirigindo-se a Deus: ‘Tu nos fizeste para Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousa em Ti’. Existe essa inquietação do coração na busca pela beleza, pela paz, pelo amor, pela alegria.”

O exemplo do “santo da alegria”

Francisco se atentou ainda ao significado da palavra “Evangelho” – boa nova. Logo, frisou que não pode ser comunicado com “rostos sombrios e caras fechadas”. Assim, é importante a alegria na evangelização, disse, citando o exemplo do “santo da alegria” – São Filipe Neri.

“São Filipe Neri tinha tanto amor por Deus que, por vezes, parecia que o seu coração ia explodir no peito. A sua alegria era, no sentido mais pleno, um fruto do Espírito. (…) Foi, no seu tempo, um verdadeiro evangelizador pela alegria. E ele tinha isso justamente de Jesus, que sempre perdoava, perdoava tudo.”

Neste ponto, Francisco lembrou aos fiéis que Deus perdoa tudo, sempre, e essa é uma alegria: ser perdoado por Deus. “Aos padres e confessores eu sempre digo: ‘Perdoem tudo, não perguntem demais; mas perdoem tudo, tudo e sempre’.”

Francisco concluiu a catequese pedindo que os fiéis refletissem sobre como compartilham a alegria do Evangelho em sua vida diária. Ele pediu que se comunique o Evangelho com um coração transbordante de alegria. “Caros irmãos e irmãs, sejam alegres com a alegria de Jesus em nosso coração.”

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