Alexandre de Moraes interroga Mauro Cid no STF; o que esperar do depoimento

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, interroga o tenente-coronel, Mauro Cid, nesta quinta-feira (21). O ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Jair Bolsonaro, deverá explicar eventuais omissões e contradições em outros interrogatórios dele. O depoimento acontece às 14h, na sede do STF.

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro presta depoimento ao STF nesta quinta-feira (21) – Foto: Lula Marques/ Agência Brasil/ Reprodução/ ND

Depois que a Polícia Federal encontrou arquivos sobre um suposto plano para assassinar autoridades, no computador dele, Cid corre o risco de perder os benefícios do acordo de delação premiada que firmou com a Justiça. Anteriormente, o tenente-coronel disse à corporação não ter conhecimento sobre o assunto.

O que esperar do depoimento de Mauro Cid?

Alexandre de Moraes determinou o novo depoimento “em virtude das contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas” pela Polícia Federal, sobre um suposto plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro. A operação foi deflagrada na terça-feira (19).

Foram encontradas informações sobre a trama no computador de Mauro Cid. Em depoimento na terça, Cid negou que soubesse do plano. No mesmo dia, a PF pediu o fim dos benefícios da delação de Cid. O militar teria ocultado informações durante seus depoimentos à PF, o que é contra os termos do acordo de colaboração.

Alexandre de Moraes irá interrogar Mauro Cid sobre inconsistências em depoimentos anteriores – Foto: Luiz Roberto/ TSE/ ND

Se Moraes anular a delação, as informações prestadas por Mauro Cid no âmbito da colaboração continuariam tendo valor na investigação. Ele só perderia os benefícios combinados pelo acordo, como redução do tempo de pena, e poderia voltar à prisão. A delação de Cid foi aceita pelo STF em agosto de 2023.

Plano de golpe é investigado pela PF

Há dois dias, a PF deflagrou a Operação Contragolpe, que efetuou cinco prisões preventivas. A corporação apura a existência de uma suposta organização criminosa, formada em sua maioria por militares das Forças Especiais do Exército, chamados de “kids pretos”, que teria planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito nas eleições de 2022.

Na operação foram presos: Mário Fernandes, general da reserva do Exército e ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro; Helio Ferreira Lima, tenente-coronel da ativa; Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel da ativa; Rodrigo Bezerra Azevedo, tenente-coronel; e Wladimir Matos Soares, policial federal.

Segundo a PF, os ‘kids pretos’, Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes planejavam o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes – Foto: Reprodução/ ND

Entre as ações do grupo, foi encontrado um plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, para matar Lula, Alckmin e Moraes.

*Com informações do R7.