Papa institui Pontifício Comitê para a Jornada Mundial das Crianças

Por meio de um quirógrafo publicado nesta quarta-feira, 20, Francisco cria organismo responsável por animação eclesial e organização pastoral da JMC

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco participa da primeira edição da Jornada Mundial das Crianças, realizada em maio de 2024 / Foto: Stefano Costantino/SOPA Images via Reuters Connect

A Santa Sé divulgou nesta quarta-feira, 20, um quirógrafo do Papa Francisco que institui o Pontifício Comitê para a Jornada Mundial das Crianças (JMC). O novo organismo, diretamente dependente do Pontífice, está encarregado de cuidar da “animação eclesial e da organização pastoral” do evento.

Anunciada pelo Santo Padre em 8 de dezembro do ano passado, a JMC teve sua primeira edição realizada nos dias 25 e 26 de maio deste ano, no Estádio Olímpico de Roma. O coordenador da JMC, padre Enzo Fortunato, foi designado para presidir o comitê.

No quirógrafo, Francisco escreve que, se o “estatuto social da criança, ao longo da história da humanidade, foi objeto de várias reelaborações teóricas e práticas”, hoje “o ser humano, desde criança, é sujeito de direitos inalienáveis, invioláveis ​​e universais”. Desta forma, a proteção dos direitos das crianças, reitera, é uma “grande responsabilidade dos pais, da comunidade civil e da Igreja”, que por sua vez a contempla como “dever e primeira forma de caridade”.

O Papa sublinha que “as crianças têm a necessidade e o direito” de serem “reconhecidas, acolhidas e compreendidas pela mãe, pelo pai e pela família, para ter confiança”; “estar circundadas de carinho e gozar de segurança emocional, morando ou não com os pais, para descobrir a própria identidade”; ter “um nome, uma família e um nacionalidade, respeito e boa reputação, para gozar de segurança e estabilidade emocional em suas condições de vida e de educação”.

Objetivo da Jornada Mundial das Crianças

Na parte central do documento, o Pontífice apresenta cinco pontos que o levaram a instituir a Jornada Mundial das Crianças. O primeiro deles é dar voz aos direitos das crianças, colocando “no centro da ação pastoral da Igreja a mesma atenção que Jesus teve para com elas”. O segundo ponto destacado pelo Santo Padre é a necessidade de “promover uma experiência de Igreja” em todos os níveis, para que a comunidade cristã “se torne cada vez mais uma comunidade educativa capaz, antes de tudo, de ser evangelizada pela voz das crianças”.

O terceiro ponto é permitir que toda a Igreja “se revista dos sentimentos das crianças”, de modo que “se despoje dos ‘sinais de poder’ e se revista do ‘poder dos sinais’ para se tornar uma casa acolhedora e habitável para todos, começando pelas crianças”. O quarto é fazer com que as crianças “cada vez mais” conheçam e amem Jesus de acordo com o patrimônio de fé e as tradições da Igreja. Por fim, o quinto ponto é enfatizar, tanto na preparação catequética quanto na celebração, a Igreja como mãe.

Em sua conclusão, o quirógrafo salienta ainda que o Pontifício Comitê para a Jornada Mundial das Crianças também tem como tarefa colaborar com os departamentos pastorais das Igrejas locais e das Conferências Episcopais “para que a JMC não permaneça um acontecimento isolado, mas que a pastoral infantil se torne cada vez mais uma prioridade qualificada em termos evangélicos e pedagógicos”.

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