No G20, Lula defende taxar bilionários para reduzir desigualdade no mundo: ‘Pode gerar $250 bi’

A taxação de bilionários foi um dos assuntos abordados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 2ª Sessão da Reunião de Líderes do G20 nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. No seu discurso, Lula defendeu que, ao se taxar as fortunas dos super-ricos, os países teriam mais recursos para enfrentar problemas sociais e ambientais.

No G20, presidente Lula defendeu que a taxação de bilionários pode ser uma ferramenta para diminuir a desigualdade social - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Reprodução/ND

No G20, presidente Lula defendeu que a taxação de bilionários pode ser uma ferramenta para diminuir a desigualdade social – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Reprodução/ND

“Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de 250 bilhões de dólares por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo”, afirmou o presidente, citando estudos encomendados pela Trilha de Finanças do G20.

Lula defende que taxação de bilionários deve ser internacional

Em outro ponto do discurso, o Lula comentou que “é urgente rever regras e políticas financeiras que afetam desproporcionalmente os países em desenvolvimento”. Segundo ele, “a cooperação tributária internacional é crucial para reduzir desigualdades”.

O presidente brasileiro também citou que, principalmente em países africanos, a dívida externa é superior aos recursos disponíveis para investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Por essa razão, os países mais desenvolvidos poderiam, também, utilizar recursos da taxação de bilionários para realizar ajuda financeira.

“A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita”, concluiu Lula.

'A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo', declarou Lula no G20 - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Reprodução/ND

‘A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo’, declarou Lula no G20 – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Reprodução/ND

‘O mais rico precisa ajudar a enfrentar o problema da fome’, afirma ministro de Lula

O ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, Paulo Pimenta, apoiou a taxação de bilionários como, também, uma ferramenta de combate à concentração excessiva de riqueza.

“Tanto o tema da desigualdade, que envolve a questão dos super-ricos, como no tema climático, nós temos um ponto de partida que se consolida. Ninguém mais nega a necessidade de enfrentar a agenda climática e, ao mesmo tempo, a concentração da riqueza. Com a revolução tecnológica, a gente assistiu à riqueza cada vez mais concentrada. O que se discute é como enfrentar essa desigualdade”, declarou Pimenta.

Para o ministro Paulo Pimenta, a taxação de bilionários é uma medida necessária para combater a concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Reprodução/ND

Para o ministro Paulo Pimenta, a taxação de bilionários é uma medida necessária para combater a concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Reprodução/ND

Segundo Pimenta, os recursos vindo da taxação de bilionários devem ser redistribuídos para ajuda aos mais necessitados. “Quem é mais rico, quem tem mais dinheiro, precisa, de alguma forma, ajudar a enfrentar o problema da fome e da desigualdade. Não são os países mais pobres que vão sozinhos enfrentar essa realidade”, concluiu o ministro.

Câmara de Deputados barrou taxação de grande fortunas recentemente

A Câmara dos Deputados rejeitou no dia 30 de outubro o projeto de lei que previa a cobrança de imposto sobre grandes fortunas, ou seja, conjuntos de bens acima de R$ 10 milhões. A proposta foi barrada por 262 votos a 236.

Se fosse aprovada, a taxação seria de 0,5% para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, de 1% entre R$ 40 milhões e R$ 80 milhões, e 1,5% naquelas acima de R$ 80 milhões.

Os deputados federais do Brasil rejeitaram a proposta que visava taxar fortunas acima de R$ 1 milhão no país - Foto: Bruno Spada/Agência Câmara de Notícias/Reprodução/ND

Os deputados federais do Brasil rejeitaram a proposta que visava taxar fortunas acima de R$ 1 milhão no país – Foto: Bruno Spada/Agência Câmara de Notícias/Reprodução/ND

*Com informações do portal R7

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