Papa: no martírio encontram-se as características do perfeito discípulo

Francisco recebeu participantes de congresso organizado pelo Dicastério para as Causas dos Santos e destacou aspectos fundamentais do martírio

Da Redação, com Vatican News

Foto: Allef Vinicius via Unsplash

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 14, os participantes de um congresso sobre martírio organizado pelo Dicastério para as Causas dos Santos. O evento teve início na segunda-feira, 11, e será concluído nesta quinta-feira.

Em sua fala, o Pontífice afirmou que, desde a antiguidade, os fiéis em Jesus sempre tiveram grande consideração por quem pagou pessoalmente, com a própria vida, o seu amor a Cristo e à Igreja, fazendo dos sepulcros locais de culto e de oração.

“No martírio, encontram-se as características do perfeito discípulo, que imitou Cristo ao renegar a si mesmo e tomar a própria cruz e, transformado pela sua caridade, mostrou a todos a potência salvífica da sua Cruz”, expressou o Santo Padre.

Aspectos fundamentais do martírio

Na sequência, Francisco citou os três aspectos fundamentais do martírio, reconhecidos pela Igreja. Primeiro: o mártir é um cristão que, para não renegar a própria fé, sofre conscientemente uma morte violenta e prematura. “Também um cristão não batizado, que é cristão no coração, confessa Jesus Cristo no batismo de sangue”, pontuou.

O segundo elemento característico é que o assassinato é perpetrado por um perseguidor movido pelo ódio contra a fé ou a outra virtude a ela relacionada. Por fim, o último aspecto é que a vítima assume uma atitude inesperada de caridade, paciência e mansidão, a exemplo de Jesus crucificado.

“O que muda, nas diferentes épocas, não é o conceito de martírio, mas as modalidades concretas com as quais, num determinado contexto histórico, isso acontece”, observou o Papa. “Também hoje, em muitas partes do mundo, existem numerosos mártires que dão a própria vida por Cristo. Em muitos casos, o cristão é perseguido porque, impulsionado pela sua fé em Deus, defende a justiça, a verdade, a paz e a dignidade das pessoas”, acrescentou.

O Pontífice citou a Bula de proclamação do Jubileu 2025, na qual define os mártires como o “testemunho mais convincente da esperança”. Neste contexto, pediu que fosse instituída a “Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé” em vista do Ano Santo. Diferentemente das causas do martírio, esta comissão reúne a memória daqueles que, no âmbito de outras confissões cristãs, souberam renunciar à vida para não trair o Senhor.

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