Esposa suspeita de matar empresário com 36 facadas em Florianópolis vai a julgamento

Camila Fernanda Franca Pereira, esposa e principal suspeita da morte de Gustavo Sagaz, em Florianópolis, foi a júri popular na manhã desta terça-feira (12). O empresário de 34 anos foi encontrado morto com 36 facadas na praia do Moçambique em agosto de 2023.

empresário morto com 36 facadas em Florianópolis, foto mostra esposa e empresário abraçados, olhando para a foto, ela é a principal suspeita

Camila é apontada pela Justiça como a responsável pela morte do próprio marido – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

A sentença do juiz passa pela avaliação do Tribunal do Júri, que começou 9h30 desta terça. Se condenada, Camila Pereira pode responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A conclusão da Justiça é de que Camila teria matado o próprio marido para conseguir o valor do seguro de vida e para ficar com os bens e a empresa do casal. A investigação apontou que isso ocorreu após ela ter feito dívidas na empresa da família e escondido do empresário, o que teria gerado desentendimentos no casal.

Segundo o advogado de Camila, Alessandro Marcelo De Sousa, sua cliente é inocente.

Empresário teria sido sedado e esfaqueado, filha testemunhou a morte

O empresário foi encontrado morto em 29 de agosto de 2023, depois de um dia desaparecido. A investigação concluiu que o ele foi sedado e morto em casa. Além disso, a filha do casal, de 3 anos, afirma ter visto o pai ser agredido pela mãe nas coxas com um “‘pau’ semelhante a um metal”.

Na entrevista prestada em meados de outubro à perícia psicológica, a filha do casal contou que a mãe bateu atrás das coxas do pai.

“O pai teria, na ocasião, pedido à mãe que parasse. [A criança] nega que tenha presenciado outra pessoa bater no pai”, diz um trecho da decisão judicial. A criança relatou ainda que o pai vomitou em um móvel pequeno preto, instalado na sala da casa.

O juiz aponta que a situação descrita pela criança seja o próprio homicídio do pai.

“[Ela] referiu uma possível agressão da mãe contra o pai com instrumento semelhante em cor a uma faca em local (parte posterior da coxa) onde a perícia cadavérica constatou justamente uma facada”, aponta o juiz. A perícia identificou 36 facadas.

Gustavo Sagaz foi morto com 36 facadas enquanto estava sedado – Foto: Reprodução/Redes sociais/ND

As imagens do parque revelam que o empresário foi levado ao local dentro de seu carro, um Nissan Frontier. Os ocupantes do veículo ficaram 44 minutos no parque, “procurando o local adequado para deixar o corpo”.

Testemunhas que contataram Sagaz durante o desaparecimento relataram à Polícia Civil que, no dia 28, Sagaz teria informado a sua localização pelo celular. No entanto, constatou a polícia, era uma localizada encaminhada por terceiros, e não pessoal.

As descobertas vão na contramão do depoimento de Camila, que  comunicou o desaparecimento no dia seguinte à morte de Sagaz, relatando que o marido estava a caminho de Rio do Sul, onde supostamente compraria um motor. Ela disse ainda que ele portava R$ 40 mil – ambas as suspeitas foram afastadas no curso da investigação.

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