Câncer de próstata: preconceito contra exame de toque pode causar diagnóstico tardio e piora na qualidade de vida

exame de toque

Novembro é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, com a campanha Novembro Azul, que busca incentivar os homens a cuidarem da saúde e realizarem exames preventivos. O preconceito ao exame de toque pode causar o diagnóstico tardio da doença e piorar a qualidade de vida do paciente.

O urologista de Brusque, Serafim Venzon, explica que o exame é quase insubstituível, pois, nele, o médico consegue saber o tamanho, consistência, mobilidade e elasticidade da próstata. Nisso, o profissional tem uma visão de como o órgão está. O exame é recomendável para homens a partir de 45 a 50 anos.

“O médico pressupõe as probabilidades e solicita os exames para confirmar ou descartar o câncer, além de avaliar a extensão ou gravidade. Se confirmado, ele fará a programação de tratamento. Em muitos casos os exames de laboratório, ultrassom ou até ressonância magnética são normais e se percebe algum pequeno nódulo”, diz.

17 mil mortes no ano passado

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença matou 17 mil homens no Brasil no ano passado, uma média de 47 por dia. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destaca que o diagnóstico tardio é um fator que reduz as chances de cura e aumenta a letalidade da doença.

Para prevenir a doença e detectá-la em estágio inicial, é importante a realização periódica de exames e consulta com o especialista, destaca a entidade.

Preconceito contra exame de toque

Quanto ao preconceito dos homens ao exame, o médico afirma que o estigma existe na atualidade e não apenas nos pacientes, mas também entre alguns profissionais. “Até o médico tem pudor de ir ao médico”, afirma.

Nesse sentido, ele diz que o diagnóstico tardio permite que a doença se dissemine rapidamente, causando prejuízos físicos para o paciente e prejudicando a sua qualidade de vida.

“Nessa hora vem o arrependimento. Até existem tratamentos que melhoram o quadro, mas ele [diagnóstico tardio] prejudica muito a qualidade de vida e a longevidade do paciente”.

Câncer de próstata

O câncer de próstata é uma condição que, em seus estágios iniciais, pode não apresentar sintomas. Ele consiste na adulteração da multiplicação das células. O urologista afirma que não existe uma causa para a doença ou algum método preventivo.

“Enquanto não se sabe as reais causas, o importante é enfatizar que, se for diagnosticado no início, tem cura quase que total”, alerta.

Tanto em casos em que o tumor é benigno ou maligno, os sintomas são praticamente os mesmos. Com o avanço da doença, alguns homens podem começar a apresentar os seguintes sinais:

  • Dificuldade para urinar: Sensação de desconforto ou dificuldade ao urinar, com um jato de urina fraco;
  • Aumento da frequência urinária: Necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite;
  • Sensação de bexiga cheia após urinar: Sensação de que a bexiga não foi completamente esvaziada;
  • Presença de sangue na urina ou no sêmen: Algumas pessoas podem observar sangue na urina ou no sêmen;
  • Dor ou desconforto na região pélvica: Pode ocorrer dor na parte inferior das costas, quadris, coxas ou na área entre o escroto e o ânus;
  • Disfunção erétil: Dificuldade em manter ou obter uma ereção, embora este sintoma seja mais frequentemente associado a outras condições.

Vale ressaltar que esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições, como a hiperplasia prostática benigna (HPB), infecções urinárias ou prostatite.

Caso o homem note qualquer um desses sinais ou tenha preocupações sobre sua saúde, é fundamental buscar orientação médica.

Tratamento

Venzon diz que o tratamento depende da fase em que a doença está. Se estiver localizado, a melhor opção é a prostatectomia radical, uma cirurgia para remover a próstata e as vesículas seminais. Ela pode ser realizada por cirurgia aberta, vídeo ou robótica.

Ele ainda diz que, dependendo do caso, faz-se radioterapia localizada complementar. “Quando está disseminada cabe a radioterapia, supressão hormonal, hormonioterapia e quimioterapia”.


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