VÍDEO: Veja única entrevista de empresário executado por facção criminosa; ‘querem me calar’

Vinicius Gritzbach, empresário executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos na sexta-feira (8), deu uma única entrevista antes de morrer aos 38 anos. Considerado um traidor pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele admitiu que temia a morte.

Vinicius Gritzbach, empresário executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos

O empresário executado em Guarulhos é suspeito de lavar dinheiro e mandar matar dois integrantes do PCC – Foto: Reprodução/Record TV

O Domingo Espetacular exibiu trechos inéditos da entrevista na noite de domingo (10). A conversa com o jornalista Roberto Cabrini durou três horas e ocorreu em fevereiro deste ano, pouco antes de Vinicius assinar o acordo de delação premiada em março.

“Eu temo minha vida, mas quero que a verdade venha à tona”, afirmou na ocasião o empresário executado.

Ele era apontado como homem de confiança do PCC, antes de ser acusado de dar um golpe de R$ 200 milhões em uma das maiores facções criminosas do Brasil.

Jornalista Roberto Cabrini entrevista empresário Vinicius Gritzbach

Vinicius Gritzbach usava tornozeleira eletrônica na entrevista em sua residência de luxo, no dia 6 de fevereiro de 2024 – Foto: Reprodução/Record TV

As investigações da polícia apontam que o empresário executado lavava o dinheiro da facção criminosa e enriqueceu ilicitamente, se apropriando de parte dos valores. Ao ser cobrado pelo PCC, mandou matar dois integrantes do grupo.

Na entrevista, Vinicius estima que sua fortuna chega a R$ 19 milhões e nega fontes ilícitas, mas confessa que pode ter intermediado a compra e venda de imóveis por traficantes. Havia, por exemplo, diferenças entre os valores da venda e das escrituras.

“Nunca me foi aberto que eram criminosos, sempre se passaram por empresários”, se defende. “Eu não tinha essas informações e tratava todos os clientes igualmente”.

Empresário executado em SP era acusado de mandar matar membros do PCC

Vinicius Gritzbach preso na Bahia

Ele havia sido preso na Bahia, mas estava em liberdade desde junho do ano passado – Foto: PCBA/Reprodução/ND

O empresário executado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, era suspeito de ser o mandante do assassinato de Anselmo Santa Fausta, o “Cara Preta”, um dos principais narcotraficantes do PCC.

O criminoso havia feito uma compra de R$ 12 milhões com Vinicius. O empresário também estaria envolvido na morte de Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, que era motorista de “Cara Preta”.

“Eu não mandei matar ninguém, eu não tive participação nenhuma”, negou Vinicius Gritzbach, reiterando que sua atribuição era somente intermediar a compra e venda de imóveis.

Empresário executado em SP seria mandante da morte de dois membros do PCC

Empresário executado em São Paulo estava sendo caçado por envolvimento na morte de Cara Preta e Sem Sangue – Foto: Reprodução/ND

Durante a entrevista, ele ainda acusa policiais civis de São Paulo de participarem do esquema criminoso. “Em muitos momentos, policiais falavam que eu estava indo contra um sistema. É pesado. E hoje eu consigo entender um pouco desse sistema”, disse.

Na época, Vinicius já havia escapado de duas emboscadas e sabia que estava jurado de morte pelo PCC. O jornalista Roberto Cabrini perguntou quem poderia ter interesse em matá-lo, ao que ele responde: “pseudo-empresários, pessoas que querem me calar”.

A reportagem do Domingo Espetacular ainda aponta que o empresário executado a tiros de fuzil por homens encapuzados no Aeroporto de Guarulhos fez uma última delação ao Ministério Público 15 dias antes de morrer, documento que não chegou a assinar.

Assista à única entrevista de Vinicius Gritzbach, empresário executado no Aeroporto de Guarulhos

*com informações do Domingo Espetacular

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