UTIs à beira de superlotação e ‘explosão’ de dengue pressionam sistema de saúde no Norte de SC

Os hospitais e unidades de saúde do Norte de Santa Catarina enfrentam uma sobrecarga nos atendimentos, principalmente pelo avanço da dengue na região.

UTIs enfrentam sobrecarga em razão da dengue

UTIs à beira da lotação: ‘explosão’ de dengue pressiona hospitais do Norte de SC – Foto: Maurício Vieira/Secom/Divulgação/ND

De acordo com dados da SES (Secretaria de Estado da Saúde), dos 200 leitos de UTI disponíveis para adultos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), 197 estão ocupados. A taxa de ocupação chega a 98,5%.

Na região, ainda conforme informações da SES, 86 pacientes estão internados devido à dengue, sendo a maioria em leitos de enfermaria. No entanto, a secretaria não pôde precisar quantos desses pacientes estão em leitos de UTI. Sabe-se que dois dos 197 internados são por complicações causadas pela covid-19.

Os três leitos que ainda disponíveis no Norte catarinense estão localizados no Hospital São Brás (2), em Porto União, e na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) 24h de Mafra.

Painel mostra situação dos leitos de UTI no Norte de SC – Foto: Divulgação/ND

Hospital relata sobrecarga

Desde a última semana, o Hospital Bethesda, em Joinville, relatou que está operando em capacidade máxima, devido à onda crescente de atendimentos a pacientes com dengue.

“Orientamos que a população procure a unidade de pronto socorro apenas em caso de urgência ou emergência e demais queixas procurem a sua unidade básica de saúde”, destacou a direção em comunicado.

SC vive explosão de dengue

Em Santa Catarina, já são mais de 19,5 mil casos confirmados da doença, mais de 65 mil prováveis e 31 mortes, conforme o painel de monitoramento do governo. Outros 13 óbitos estão sob investigação.

A região que mais registra mortes é o Norte catarinense com 15 óbitos. Joinville (13) lidera essa estatística, em seguida na região vem Araquari e São Francisco do Sul, com uma morte cada.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada.

Sintomas de dengue:

Segundo o Ministério da Saúde, quem apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde.

No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:

  • dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
  • vômitos persistentes;
  • acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);hipotensão postural e/ou lipotímia;
  • letargia e/ou irritabilidade;
  • aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) maior 2cm;
  • sangramento de mucosa;
  • aumento progressivo do hematócrito.

Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito.

Todas as faixas-etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém aqueles com condições preexistentes, como mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e idosos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.

Tratamento

De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:

Repouso;

  • Ingestão de líquidos;
  • Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
  • Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.

No entanto, apesar das medidas, ainda não existe tratamento específico para a doença.

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