A representatividade feminina e as posturas arcaicas. Por Juliana Galliano

Juliana Galliano escreve artigo sobre a importância da representatividade feminina em cargos de liderança e política, além de propor políticas públicas que apoiem mulheres chefes de família e empreendedoras, especialmente em Florianópolis. A autora, candidata ao legislativo, defende iniciativas que promovam igualdade e empoderamento.

A frase “Deus me livre de mulher CEO” entrou rasgando na mente do empresariado brasileiro. Vivemos em uma era que luta pela desigualdade de gênero e vem avançando com capacitação às mulheres, abrindo espaços em lideranças empresariais e desenvolvendo programas específicos que alavancam a carreira feminina. Mulheres ocupam 39,1% dos cargos de liderança no país, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) de 2023. Porém, ainda estamos a passos lentos. Isso representa um aumento de menos de quatro pontos percentuais em relação a 2013, quando ocupavam 35,7%.
A equidade salarial entre homens e mulheres aumentou.

Segundo a CNI, em 2023, a paridade no Brasil chegou a 78,7 pontos, e em 2013, era de 72 pontos. Esta escala é usada pelo Fórum Econômico Mundial. Se o ritmo moroso se mantiver, serão necessários 131 anos para alcançar a igualdade entre homens e mulheres no Brasil, de acordo com o fórum. Ou seja, isso só demonstra que ainda temos em nossa sociedade pensamentos arcaicos como o exposto por um relevante líder empresarial, que chocou muitos e gerou uma grande manifestação de homens e mulheres enaltecendo a importância da representatividade feminina.

De acordo com a pesquisa do IBGE/PnadC 2023, 50,8% das famílias no Brasil são chefiadas por mulheres, correspondendo a 38,1 milhões de famílias. A mulher é considerada chefe de família quando é a principal responsável pelo sustento da casa e dos filhos, independentemente de haver um cônjuge. Por isso, é fundamental termos políticas públicas efetivas de apoio às mulheres que batalham diariamente para dar dignidade às suas famílias.

Em Santa Catarina, somamos mais de 400 mil mulheres empreendedoras, segundo dados do Sebrae Nacional de 2022. E, desde 2016, mais de 50 mil bebês nasceram e não possuem registro do genitor em suas certidões, de acordo com a Associação dos Registradores Pessoas Naturais de Santa Catarina. Os dados corroboram para que nós, enquanto sociedade, homens e mulheres, possamos abraçar ainda mais a causa e incentivar projetos que tragam transformações reais. Estamos em período eleitoral e é momento de refletirmos onde estamos contribuindo com o nosso voto.

Sou defensora das mulheres chefes de família e essa é uma das razões que concorro neste ano à uma vaga no legislativo de Florianópolis. No cenário político, a representatividade feminina ainda é muito baixa. As vereadoras eleitas na última eleição representam apenas 16% do total. Trago em minhas propostas: facilidade em crédito para as empreendedoras, vagas preferenciais em creches do município e auxílio financeiro para aquelas que estão em vulnerabilidade social. Iniciativas que farão a diferença e vão impulsionar a carreira profissional das mulheres manezinhas, trazendo um futuro promissor. Que Florianópolis possa se tornar a Ilha do Fomento à Mulher Empreendedora.


Juliana Galliano é candidata a vereadora de Florianópolis e especialista em ESG.

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