CDL aponta “terrorismo sindical” em Florianópolis

A Polícia Civil está investigando o incêndio criminoso que destruiu, nesta terça-feira (12), um caminhão de coleta de lixo em Jurerê (12), no Norte da Ilha. Segundo as forças de segurança, uma dupla armada e encapuzada abordou os ocupantes, mandou descer do veículo e jogou gasolina para iniciar as chamas.

Em vídeo divulgado nas redes sociais no dia seguinte, o prefeito Topázio Neto (PSD) disse ter recebido informação de que o veículo que perseguiu o caminhão foi alugado pelo Sintrasem, por meio de uma das diretoras da entidade. “Vamos identificar os bandidos que renderam os trabalhadores e colocaram fogo, e se foi mesmo o sindicato vamos até as últimas consequências para responsabilizá-los”, afirmou Topázio.
“Isso é crime, é colocar a vida dos trabalhadores em perigo”, complementou. Procurada pela coluna, a PC não deu mais informações sobre o que já foi apurado até agora no inquérito.

A suspeita, de acordo com a direção da Câmara de Dirigentes Lojistas, “é apenas um detalhe nada passageiro de uma situação ainda mais grave e que deve ser combatida com o máximo rigor da lei”. A CDL considera que há um “flagrante abuso do direito sindical, na medida em que se observa um grupo, acobertado pelas prerrogativas de uma carta sindica”, que |”confunde legítimo direito de reivindicação por melhores condições de trabalho com a prática de crimes contra o patrimônio público e, por extensão, contra a sociedade que custeia, através de impostos sempre crescentes, a prestação de serviços essenciais para o povo”.

Ainda segundo a CDL Florianópolis, o sindicato do trabalhadores trai a confiança de seus próprios filiados, “a grande maioria pessoas de bem e que certamente não compactuam com os pérfidos métodos de que se valem para empunhar a bandeira da defesa dos direitos da classe trabalhadora”.

“Que se diga com todas as letras: Florianópolis foi vítima de um ato de terrorismo sindical”, registra a nota da direção da entidade empresarial, que pede rigor nas investigações para punição dos culpados e e até mesmo a cassação da carta sindical, “um poderoso documento que não pode ser travestido em instrumento de salvo-conduto para a prática de ilícitos”.

A Prefeitura de Florianópolis também tem lições a aprender aqui, na avaliação das lideranças do setor varejista”: As penalidades impostas pelo Poder Judiciário quando da constatação de ilegalidade da greve precisam ser executadas à exaustão, sem qualquer espécie de flexibilização. De largada, já há mais de R$ 700 mil reais a serem ressarcidos em razão do veículo destruído. Que cada centavo seja cobrado como medida de respeito àqueles que, com o suor de seu trabalho e correndo riscos diariamente, ajudam a manter de pé esta cidade.

O QUE DIZ O SINDICATO|
“Fomos surpreendidos com um vídeo do prefeito Topázio, replicado pela mídia, que tenta nos conectar ao fato ocorrido no Norte da Ilha, com a queima de um caminhão de empresa terceirizada. Na noite de terça, após o encerramento das atividades sindicais, as diretoras e diretores do Sintrasem se dirigiram às suas casas, ao encontro de suas famílias”, rebateu o sindicato em nota enviada à coluna.

+”Nenhum membro da direção do sindicato está envolvido no referido fato, e acreditamos que nenhum trabalhador esteja envolvido, porque não é essa a nossa cultura de mais de 35 anos de existência em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora; e assim continuaremos a nossa luta e a nossa história”, afirmou.
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Veículo de empresa terceirizada foi incendiado durante trabalho de coleta de lixo em Jurerê. Foto: divulgação, CBMSC

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