Uns com muito, outros com pouco, outros com nada. Uma leitura da distribuição de recursos partidários para candidaturas à Câmara

A divergência escancarada pelo deputado estadual Ivan Naatz (PL) sobre a distribuição dos recursos partidários no PL vale também para outras siglas. Depois da reclamação, o Professor Ramalho, ex-assessor de Naatz, recebeu R$ 30 mil.

Existem alguns critérios, definidos pela legislação eleitoral, para a repartição dos recursos do fundo partidário, com garantia de recursos para mulheres, negros, indígenas e minorias.

Os demais critérios são definidos por quem tem a chave do cofre de cada sigla. O deputado Naatz usou o vereador Jovino Cardoso (PL) como exemplo de distorção na distribuição dos recursos do PL, por ter recebido R$ 80 mil, mas outro candidato à reeleição, Aílton de Souza, o Ito, recebeu R$ 120 mil. Já o terceiro vereador da sigla, candidato à reeleição, Cezar Campesatto, recebeu apenas R$ 30 mil.

Ainda no PL, chama a atenção que Flávio Linhares, ex-assessor parlamentar da deputada federal Júlia Zanatta, levou R$ 70 mil e o Pastor Léo, que se apresenta como amigo do Bolsonaro, R$ 40 mil. Pastor Dirlei, que está preso, recebeu R$ 30 mil, que foi a média da distribuição para os demais candidatos.

O Podemos também tem exemplos interessantes. A vereadora Cristiane Loureiro, candidata à reeleição, recebeu R$ 160 mil, praticamente o valor total de gastos previstos em lei para a eleição proporcional em Blumenau. O veterano Jens Mantau recebeu R$ 60 mil, R$ 40 mil a menos que o bem menos conhecido Otacílio Marinho, cuja campanha recebeu R$ 100 mil. A também desconhecida candidata Ligia recebeu mais de R$ 81 mil, Daniel Zeni R$ 25 mil e outros na casa de R$ 10 mil cada.

Quatro candidaturas receberam zero de recurso. Rodrigo Hanne e Roberto da Luz, que lidera uma candidatura coletiva, estão nesta lista, os dois que, apesar de serem do Podemos, apoiam a candidatura de Odair Tramontin, do NOVO. Maria Salete e Paulo Heizen também estão com  as finanças zeradas.

O MDB definiu que apenas as candidatas mulheres iriam receber recursos em Blumenau e, mesmo assim, não todas. A ex-secretária de Inclusão e Paradesporto, Giselle Margot Chirolli, recebeu R$ 20 mil, por ter proximidade com o presidente licenciado da sigla, Carlos Chiodini, e Professora Sara aparece com R$ 8 mil. Candidatos com bom potencial como Ande, Mengarda, Marciano Tribess, Léo Cristelli e Rufinus Seibt disputam sem nenhum recurso partidário.

O PSD também tem algumas distorções importantes. Delcy Batista, ex-assessor de Ismael dos Santos, presidente da sigla em Blumenau, foi o que mais recebeu, mais de R$ 77 mil, enquanto a vereadora Silmara Miguel, candidata à reeleição, R$ 20 mil, assim como todas as candidatas mulheres e alguns homens. Dois candidatos aparecem com as contas zeradas.

Na nominata do PT, quem mais recebeu recursos foi o ex-assessor parlamentar de Ana Paula Lima, Jean Volpato, R$ 86 mil, os demais entre R$ 60 e 70 mil. O PCdoB, federado com o PT, distribuiu R$ 70 mil para Mário Kato e R$ 20 mil para a Professora Terezinha. Os dois candidatos homens do PV, que também faz parte da Federação, não receberam recursos até agora e a única mulher recebeu R$ 5 mil.

O União Brasil distribuiu até agora poucos recursos para seus candidatos. Quem mais recebeu foi Professor Gilson, candidato à reeleição, com 22 mil, sendo que a média fica em R$ 10 mil, sendo que dois também aparecem  com o caixa zerado.

Neste post, falamos de seis partidos e em breve faremos a leitura de outras siglas. Mas o que queríamos, e já conseguimos com esses exemplos, é mostrar como funciona a distribuição dos recursos do Fundo Partidário.

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