“Sem o amor não somos nada”, expressa Papa Francisco

Santo Padre encontrou-se com representantes dos Movimentos Populares na sede do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral nesta sexta-feira, 20

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco durante reunião no Palazzo San Calisto / Foto: PhotographerIPA via Reuters Connect

Nesta sexta-feira, 20, o Papa Francisco se dirigiu à sede do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, em Roma, para se encontrar com os participantes do evento “Plantar uma bandeira diante da desumanização”. A atividade celebra os 10 anos do primeiro Encontro Mundial dos Movimentos Populares (EMMP).

Ao chegar à mesa dos participantes, o Pontífice escutou o diálogo entre aqueles que nos últimos anos se comprometeram a garantir que nenhuma família fique sem casa. “Nenhum agricultor sem terra, nenhum trabalhador sem direitos, nenhuma pessoa sem a dignidade que deriva do trabalho”, afirma o lema do EMMP.

Promover a fraternidade

Durante seu discurso, o Santo Padre abordou os temas da justiça social, exortando todos a cuidar dos mais desfavorecidos, dos idosos e das crianças e a ter compaixão. Isto significa sofrer com, estar ao lado dos outros, ser voz daqueles que não têm voz, porque estão à margem da sociedade ou são ignorados.

Francisco também convidou as pessoas com melhor condição financeira a colocarem à disposição os seus bens, porque as riquezas são feitas para serem partilhadas, para criar, para promover a fraternidade. Ele recordou que “sem o amor não somos nada” e que é preciso agir de forma que este sentimento seja eficaz em todas as relações.

A ganância dos ricos

O Papa recordou a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, reiterando que os problemas dos pobres precisam ser resolvidos. Ele também ressaltou como a centralidade dos pobres no Evangelho não pode ser negada e que, portanto, é o próprio Jesus quem os coloca no centro das atenções. Desta forma, trata-se de uma questão da fé que não pode ser negociada.

“Se não houver boas políticas, políticas racionais e justas que fortaleçam a justiça social para que todos tenham terra, teto, trabalho, para que todos tenham um salário justo e direitos sociais adequados, a lógica do descarte material e do descarte humano irá se difundir, deixando espaço para a violência e a desolação”, declarou.

É necessário o amor

O desejo do Santo Padre é que as pessoas economicamente poderosas saiam do isolamento, rejeitem a falsa segurança do dinheiro e se abram à partilha de bens, que têm um destino universal, uma vez que derivam todos da Criação. Tal partilha não se deve dar como esmola, mas fraternalmente. Para que os pobres sejam ajudados, o seu convite aos movimentos populares é o de pedir, gritar, lutar, solicitar as consciências. “Avança uma forma perversa de ver a realidade, que exalta a acumulação de riquezas como se fosse uma virtude”, sublinhou.

O Papa denunciou também a cultura do vencedor que é um aspecto da cultura do descarte. “Mas esta atitude arrogante, o exultar da própria supremacia sobre os que estão em pior situação é o oposto da compaixão. Não acontece apenas com os mais ricos, muitas pessoas caem nessa tentação”, alertou Francisco.

Por fim, o Papa salientou em sua reflexão que é necessário exercitar o amor. “Se o amor é eliminado como categoria teológica, categoria ética, econômica e política, perde-se o rumo, por isso a justiça social, e também a ecologia integral, só podem ser compreendidas por meio do amor, porque sem amor não somos nada. E este amor deve ser vivido na vida cotidiana, nas relações familiares e em cada espaço comunitário”, concluiu.

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