Zona Azul em Florianópolis: 12 são indiciados por ocultar repasse de quase R$ 20 milhões

A PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina) concluiu o inquérito que investigou supostas irregularidades relacionadas ao serviço prestado pela empresa responsável pela Zona Azul, em Florianópolis, de 2013 a 2019. Doze pessoas foram indiciadas pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Zona Azul de Florianópolis - carro estacionado ao lado de placa

Cobrança da Zona Azul não era repassada à Prefeitura de Florianópolis, de 2013 a 2019 – Foto: Leo Munhoz/Arquivo ND

Empresa que gerenciava Zona Azul em Florianópolis não repassava valores, diz polícia

A ação foi conduzida pela Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), da PCSC, e identificou que os responsáveis pela gestão da empresa que gerenciava a Zona Azul na capital ocultavam o dinheiro arrecadado em espécie.

Conforme a Polícia Civil, o montante representava cerca de metade do faturamento mensal da empresa – quase R$ 500 mil – e era utilizado para o pagamento de propina, despesas pessoais dos gestores, e na aquisição de itens de luxo. Ao todo, segundo a PCSC, o esquema durou pelo menos oito anos.

Doze pessoas foram indiciadas durante investigações – Foto: Leo Munhoz/Arquivo ND

As investigações mostraram que o grupo lavava o dinheiro do serviço e forjava movimentações dos valores, que deveriam ser repassados à Prefeitura de Florianópolis, usando laranjas.

A Polícia Civil apreendeu e analisou itens como computadores, celulares, documentos e dados bancários dos investigados. Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão, além do recolhimento de bens que deveriam ser repassados ao município.

Em nota enviada ao programa Balanço Geral, da NDTV Record SC, a Prefeitura de Florianópolis lamentou o caso e afirmou que a situação aconteceu em gestões anteriores. Leia a íntegra:

“A Prefeitura de Florianópolis lamenta o caso ocorrido em gestões anteriores e destaca que trabalha em conjunto com a polícia civil e órgãos responsáveis para que situações como essa não se repitam. Criou também, em 2023, a controladoria geral que está revisando todos os contratos do município”, explica o órgão.

Relembre o caso

A empresa em questão era responsável pelo gerenciamento da Zona Azul da capital no período de 2013 a 2019 e, segundo a polícia, durante a prestação do serviço deixou de repassar cerca de R$ 20 milhões.

Em uma ação cível de reequilíbrio econômico, em 2018, a empresa alegou que precisava reajustar os preços que. A investigação apontou, no entanto, que a empresa era “extremamente lucrativa e superavitária”.

Em 2019, os gestores da empresa chegaram a tentar esconder a documentação e os computadores da sede, após a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pela Câmara Municipal de Florianópolis. A movimentação deu início às investigações da PCSC.

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