Papa envia carta a cardeais sobre reforma econômica da Santa Sé

Francisco pede colaboração e apoio a iniciativas que tenham como objetivo reduzir custos e melhor administrar recursos destinados a gerir missão da Igreja

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: Alberico Bartoccini na Unsplash

Nesta sexta-feira, 20, a Santa Sé divulgou uma carta do Papa Francisco ao Colégio Cardinalício. Datado de 16 de setembro, o documento recorda os 10 anos da reforma da Cúria Romana e a publicação da Constituição Apostólica Predicate Evangelium, escrita pelo próprio Pontífice, em 2022.

Ecclesia semper reformanda: este foi o espírito que animou a reforma”, cita o Santo Padre no texto aos cardeais, “para garantir que a Cúria Romana assistisse o Sucessor de Pedro no exercício do seu supremo ofício pastoral para o bem e o serviço da Igreja universal e das Igrejas particulares”.

Segundo Francisco, esta atualização representa um testemunho de vitalidade e graça. Por meio dela é possível conhecer a dedicação de diversas pessoas que se empenham neste movimento de renovação. Desta forma, os cardeais têm a tarefa de acompanhar os envolvidos no processo de transformação.

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“Apesar das dificuldades e, por vezes, da tentação da imobilidade e da rigidez frente à mudança, muitos resultados foram alcançados nos últimos anos”, reconhece o Papa, agradecendo pelo apoio oferecido. Com esta premissa, volta-se para um outro tema apontado algumas vezes por expoentes do Colégio Cardinalício: a reforma econômica da Santa Sé.

Gestão transparente e responsável

O Pontífice aponta a necessidade de “adquirir uma maior consciência de que os recursos econômicos ao serviço da missão são limitados e devem ser geridos com rigor e seriedade, para que os esforços daqueles que contribuíram para o patrimônio da Santa Sé não sejam desperdiçados”.

Por este motivo, sublinha o Santo Padre, é preciso o esforço para que o “déficit zero” não seja apenas um objetivo teórico, mas uma meta alcançável. Ele sinaliza que a reforma da Cúria lançou as bases para a atuação de políticas para melhorar a administração econômica, ao passo que, no atual momento, revela-se a necessidade de cada instituição trabalhar na procura de recursos externos para a sua missão, constituindo-se como exemplo de gestão transparente e responsável ao serviço da Igreja.

Essencialidade e solidariedade

Na sequência, Francisco indica o “espírito de essencialidade”, para evitar tudo que é supérfluo e selecionar bem as nossas prioridades a fim de dar um exemplo concreto de redução de custos. “Devemos ter consciência de que hoje nos deparamos com decisões estratégicas que devem ser tomadas com grande responsabilidade, porque somos chamados a garantir o futuro da Missão”, escreve.

O Papa também cita a “solidariedade das boas famílias” como exemplo. Da mesma forma que as famílias com boa situação financeira vão ao auxílio dos membros mais necessitados, pontua, as instituições que registram excedentes deverão contribuir para cobrir o déficit geral. “Isto significa cuidar do bem da nossa comunidade, agindo com generosidade, no sentido evangélico do termo, como pré-requisito indispensável para pedir generosidade o externo”, observa.

Apoio e contribuição proativa

Finalizando sua carta, o Pontífice pede aos cardeais que acolham esta mensagem com coragem, espírito de serviço e que apoiem as reformas em curso com convicção, lealdade e generosidade, contribuindo proativamente com o seu conhecimento e experiência para o processo de reforma.

“Cada uma das Instituições da Santa Sé forma um corpo único com todas as outras: portanto, a colaboração e a cooperação autênticas para o único objetivo, o bem da Igreja, representam uma exigência essencial do nosso serviço”, conclui o Santo Padre.

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