Estoque de suco de laranja aumenta apesar de queda na produção, diz CitrusBR

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Os estoques de suco de laranja do Brasil no mundo aumentaram 37,7% ao final da safra 2023/24 (julho/junho) em relação ao ciclo anterior, apesar de uma queda na produção da fruta no maior produtor e exportador da commodity, de acordo com dados da CitrusBR publicados nesta quinta-feira (19).

Com os preços do suco de laranja congelado e concentrado batendo recordes na bolsa de Nova York acima de US$ 5 por libra-peso, em meio a safras menores no Brasil e restrição da oferta da fruta nos Estados Unidos, a demanda está sofrendo, admitiu o diretor-executivo da associação de produtores CitrusBR, Ibiapaba Netto.

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Os preços acumulam ganhos de mais de 50% na bolsa dos EUA neste ano, uma vez que a principal região citrícola do Brasil (São Paulo e Minas Gerais) colhe a sua menor safra em 36 anos em 2024, com impacto da seca e da doença greening, que não tem cura e reduz a produtividade dos pomares.

“A queda na demanda tem sido reportada por diversas empresas no mercado”, disse Netto, à Reuters. Uma das hipóteses, acrescentou ele, é uma migração da demanda da laranja para outros sucos, mais baratos.

A safra 2024/25 da região citrícola do Brasil está estimada em 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, queda de 29,8% ante a temporada anterior, que também havia registrado uma redução de 2,2%.

Já produção total de suco brasileiro na safra 2023/24, finalizada em junho passado, ficou em 898,6 mil toneladas, 5% a menos do que a temporada anterior, segundo a CitrusBR.

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Com a queda na demanda, o estoque subiu para 116,7 mil toneladas em 2023/24, mas ainda se configura no terceiro menor da história, sendo maior apenas que o do ano anterior (84.745 toneladas) e de 2017 (107.387).

“O cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais enfrenta o quinto ciclo consecutivo de safras pequenas, consequência principalmente de períodos de seca e calor extremo”, disse a CitrusBR, em comunicado.

A CitrusBR afirmou ainda que nem todo suco em estoque é disponível para venda porque, em muitos casos, as empresas ainda vão fazer “blend”. Algumas companhias estão lançando linhas de néctares para diluir o impacto do preço da matéria-prima, acrescentou.

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