Empresa demite funcionário em coma por justa causa

Javier (nome fictício), funcionário de uma empresa do setor energético nas Ilhas Canárias, na Espanha, foi demitido enquanto estava em coma, sem qualquer comunicação formal de desligamento, alega a família.

Funcionário foi demitido enquanto estava em coma

Empresa demite funcionário

Durante os quatro meses em que esteve internado, a empresa onde trabalhava encerrou seu contrato. – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Em maio de 2023, ele contraiu meningite pneumocócica e, devido à gravidade da infecção, entrou em coma no Dia do Trabalhador. Durante os quatro meses em que esteve internado, sua empresa encerrou seu contrato de trabalho.

A demissão só foi descoberta quando sua irmã, ao verificar a situação trabalhista de Javier, percebeu que ele havia sido dispensado em junho de 2023, enquanto ainda estava inconsciente.

Segundo o El Diario, a empresa não entregou nenhuma carta de rescisão e apenas emitiu um documento de saldo e liquidação. Os contratos temporários de Javier, que já haviam sido renovados por dois anos consecutivos, encerraram-se sem o devido processo legal.

Após o ocorrido, a família acionou um escritório de advocacia trabalhista, que moveu uma ação contra a empresa por demissão sem justa causa e por fraude no encadeamento dos contratos temporários.

A defesa alegou que os contratos não atendiam aos requisitos legais para contratação temporária, devendo ser considerados contratos permanentes desde o início. Além disso, a ausência de comunicação adequada sobre a demissão deixou o trabalhador em situação de vulnerabilidade.

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Mesmo com o prazo legal para contestar a demissão já expirado, os advogados recorreram a um artigo do Código Civil que suspende a contagem do prazo em casos de impedimento absoluto, como o coma.

Em audiência de conciliação realizada em julho de 2024, a empresa reconheceu a irregularidade da demissão e concordou em pagar uma indenização de pouco mais de 3 mil euros.

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