Pessoas que vivem 100 anos ou mais vêm de áreas pobres e de difícil acesso, apontam cientistas

Um estudo realizado por Saúl Justin Newman, pesquisador da Universidade de Londres, revelou que muitas pessoas que vivem 100 anos ou alcançam a longevidade extrema, provêm de áreas pobres e de difícil acesso.

Mulher idosa com véu branco

Pessoas que vivem 100 anos ou alcançam a longevidade extrema, provêm de áreas pobres e de difícil acesso – Foto: Canva/Divulgação/ND

Newman descobriu que, entre as pessoas com mais de 110 anos, uma grande maioria não possui certificado de nascimento. Nos Estados Unidos, ele identificou mais de 500 supercentenários, dos quais apenas sete têm um certificado de nascimento, e cerca de 10% possuem certificado de óbito.

Esses dados levantam questões sobre a documentação e verificação da idade extrema, sugerindo que a falta de registros formais pode ser comum entre as pessoas que vivem até idades avançadas.

Mulher idosa com mão no ouvido

O estudo também destaca que as condições de vida em áreas remotas e menos desenvolvidas não impedem necessariamente uma vida longa, desafiando algumas suposições comuns sobre saúde e longevidade – Foto: Canva/Divulgação/ND

Apesar dos dados levantados, surgiu uma preocupação: será que muitos desses registros são falsificados?

Erros na pesquisa de pessoas que vivem 100 anos ou mais

O pesquisador apontou que, em países como o Japão, onde existem Zonas Azuis, estudos mostraram que uma grande parte dos centenários já havia falecido.

Isso sugere que, para alcançar a marca dos 110 anos, alguns podem ter manipulado seus registros ou evitado registrar sua morte.

Newman também descobriu que a maioria das pessoas com 100 anos ou mais não possuem certificados de nascimento.

Em sua pesquisa, ele observou que as datas de nascimento de pessoas que vivem 100 anos ou mais frequentemente caem em dias múltiplos de cinco, o que pode indicar padrões de fraude e erro generalizados.

Certidão de nascimento

Maioria das pessoas com 100 anos ou mais não possuem certificados de nascimento – Foto: Canva/Divulgação/ND

Resultados sobre pessoas que vivem 100 anos ou mais possuem taxa de erro

Newman concluiu que a pobreza relativa e a baixa expectativa de vida em certas regiões podem ser inesperados. Ele enfatizou que, ao contrário das crenças populares, fraudes e erros podem desempenhar um papel significativo na criação de registros de longevidade.

“Espero que meu trabalho ajude a reavaliar como verificamos e documentamos a idade avançada. Mesmo que a comunidade científica ainda esteja cética, pelo menos o público refletirá sobre essas questões”, afirmou Newman.

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