Petrobras elevará foco em exploração e produção em novo plano de negócios, diz CFO

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A Petrobras terá uma visão mais voltada para a exploração e produção de petróleo e gás natural em seu próximo plano estratégico 2025-2029, em relação ao planejamento realizado pela gestão anterior, afirmou o diretor-executivo financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, à Reuters.

“Temos mais uma visão focada no ‘upstream’… cada gota de óleo, na nossa visão, ela é importante pra companhia. Obviamente, tendo viabilidade econômica. Isso é uma grande mudança em relação ao anterior”, afirmou Melgarejo.

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Petrobras prevê investir US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028

O executivo destacou ainda que a empresa buscará com maior foco a recomposição das reservas de petróleo e gás.

Ele lembrou que no atual planejamento há uma previsão de redução das reservas já a partir de 2030.

“É um desconforto para a atual diretoria a gente ter essa redução a partir de 2030. O foco é tentar ter recomposição de reservas o máximo possível sem deixar de ter o olhar na transição energética, mas um não pode ofuscar o outro”, afirmou.

Melgarejo assumiu a cadeira de CFO da petroleira em meados do ano, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir apontar Magda Chambriard como presidente da companhia, no lugar de Jean Paul Prates, em medida que visou reforçar a atuação da estatal na geração de empregos e no impulso da economia brasileira.

Chambriard vem reforçando a importância de a empresa buscar novas reservas e de avançar em sua exploração na Margem Equatorial brasileira, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, com áreas de grande potencial para descobertas, mas enormes desafios socioambientais.

Em seu atual plano estratégico, a Petrobras prevê investir US$ 102 bilhões entre 2024 e 2028, o que representou uma alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior. No mesmo período, a petroleira elevou em 14% seus investimentos previstos para exploração e produção, a US$ 73 bilhões.

Em paralelo, a Petrobras prevê em seu atual plano até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono no período, ou 11% do investimento total da companhia, considerando os investimentos transversais nos diversos segmentos de negócio. A previsão para ativos de baixo carbono representou um avanço ante o plano anterior de 2023-2027, que previa 4,4 bilhões de dólares.

O executivo evitou fazer previsões sobre se os investimentos vão crescer ou como serão distribuídos, uma vez que a elaboração do plano ainda está em curso.

Sobre transição energética, disse que sempre estará no planejamento, pois ela “é uma realidade” e toda companhia precisa “pavimentar uma estrada” nesse sentido. Entretanto, indicou que poderá haver mudanças em relação a expectativas de curto prazo.

“A questão não é o ‘se’, é o ‘quando’… várias empresas estão redimensionando esses pontos no sentido do ‘quando’; quando isso vai acontecer”, afirmou, pontuando que o Brasil, é um dos países “mais limpos” em termos de emissão de CO2.

O Brasil tem grande parte de sua matriz elétrica formada pela geração hidrelétrica, enquanto é um dos líderes em consumo de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, além de ver crescente a geração de energia solar e eólica.

“A Petrobras não é um grande problema nesse sentido. Nós somos um país limpo… cada dia que passa, a gente quer deixar também uma produção cada vez com menor emissão de CO2.”

Poucas mudanças da dívida

Do lado financeiro, Melgarejo adiantou que a companhia não vê mudanças significativas que exijam uma necessidade de um endividamento “muito maior”, nem de ter um caixa muito maior em seu próximo planejamento, previsto para ser publicado no fim do ano.

“A gente vai transitar aí numa certa normalidade, sem grandes ou sem abruptas mudanças nesses pontos”, pontuou.

Segundo o executivo, a companhia também “não vê nenhum grande M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições)” no horizonte do próximo planejamento estratégico, mas não citou nenhuma operação em específico.

Recentemente, a Reuters publicou que a companhia havia feito uma oferta não vinculante por uma fatia em mega bloco da portuguesa Galp na Namíbia e que uma eventual operação poderia ocorrer por meio de parceria.

Ele comentou ainda, na entrevista para falar sobre conclusão de uma emissão de 1 bilhão de dólares feita pela Petrobras, que o resultado positivo apurado na operação reflete a confiança do mercado na nova gestão de Magda Chambriard no comando da empresa.

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Segundo o executivo, a Petrobras vê o maior número de bancos recomendando compra de ações desde fevereiro de 2022.

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