Procedimento inédito é feito na avaliação sanitária no abate de frangos no Brasil

Um procedimento foi implantado para garantir a identificação eficaz de riscos de contaminação da carne por microrganismos no abate de frangos. Santa Catarina participou das pesquisas por ser um importante exportador do produto. Em 2023, o Estado exportou 1,103 milhão de toneladas de frango.

Segundo o Mapa, o procedimento inédito foi feito para a avaliação sanitária no abate de frangos no Brasil.  - Lucas Scherer/Embrapa/Reprodução/ND

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Segundo o Mapa, o procedimento inédito foi feito para a avaliação sanitária no abate de frangos no Brasil. – Lucas Scherer/Embrapa/Reprodução/ND

O objetivo é reduzir riscos de infecção dos alimentos. - Lucas Scherer/Embrapa/Reprodução/ND

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O objetivo é reduzir riscos de infecção dos alimentos. – Lucas Scherer/Embrapa/Reprodução/ND

O sistema foi subsidiado por pesquisa da Embrapa Suínos e Aves, de Santa Catarina, o Sistema de Inspeção Federal, do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).

Conforme o Mapa, o procedimento faz o monitoramento sanitário do processo de abate, com indicadores de limites para a ‘Enterobacteriaceae’, bactérias encontradas no trato gastrointestinal dos animais.

Essas bactérias são um importante indicador da qualidade higiênico-sanitária do processo de abate. Além disso, indicam o potencial da presença ou ausência de Salmonella spp.

Perdas atingem cerca de 6% das carcaças do abate de frangos:

No abate, as carcaças de frangos com alterações ou contaminações são condenadas, aproximadamente 5,99% das aves abatidas, as quais são destinadas à produção de produtos não comestíveis.

Essa condenação avalia o animal “ante” e “post mortem”, mediante alterações em características físicas, que classificam a carcaça como condenada parcial ou total, sendo 85% e 15% do total de condenação.

Segundo pesquisadores da Embrapa, as principais causas de condenações registradas durante o abate de frangos são as contaminações gastrointestinais, com 26,2% das condenações.

Na sequência, conforme a Embrapa, vem as condenações por lesões traumáticas com 24,8%, lesões de pele inespecíficas com 13,3% e 35,7% sendo por outras causas.

Conforme o pesquisador da Embrapa, Luizinho Caron, nos frigoríficos brasileiros as partes contaminadas são refiladas pelo Serviço de Inspeção, seguida da remoção da contaminação visível no Ponto Crítico de Controle.

“O nosso trabalho avaliou a eficácia do processo de refile sobre a contagem de Enterebacteriaceae, que são um importante indicador da qualidade higiênico-sanitária do processo de abate e presença ou ausência de Salmonella spp”, explicou.

Outro destaque desse trabalho é que “a partir da aplicação desses procedimentos, os frigoríficos poderão ter diminuição na condenação de carcaças por avaliar efetivamente o que apresenta risco à saúde”.

A definição dos limites considerados para essa avaliação foi feita a partir de um intenso trabalho em abatedouros da Região Sul do Brasil, onde pesquisadores da Embrapa, Dipoa e universidades públicas realizaram coleta de dados e estiveram presentes nas linhas de abate.

Com base nos dados coletados e a definição preliminar dos limites, a equipe do Mapa realizou pilotos em diversos frigoríficos no Brasil para validar os limites.

O projeto de avaliação do abate de frangos:

O projeto é uma demanda de 2016 e envolveu a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia, USP (Universidade de São Paulo) e Senai/Chapecó (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

“É mais um avanço no trabalho de revisão e modernização do abate em frigoríficos”, comemora o pesquisador da Embrapa, Luizinho Caron, líder do projeto.

O projeto “Revisão e modernização do Sistema de Inspeção Federal de abatedouros de aves” é uma demandada do Mapa/Dipoa para elaborar uma proposta de modernização da inspeção baseada no manejo do risco.

Segundo a Embrapa, o objetivo é, com base na análise de carcaças, avaliar a detecção de Salmonella spp. “Este gênero de bactérias é o principal causador de doenças transmitidas por alimentos”, explica Caron.

“Com o procedimento, os frigoríficos têm como avaliar o risco que o processo apresenta à saúde. Será possível também identificar os lotes de produção com problemas como agir medidas no sistema de abate”, explica o pesquisador.

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