Coluna do Loetz: MDB e PP se unem em Joinville, e os crescentes investimentos na cidade (e outras notas)

Para ganhar dinheiro é preciso saber o que vai acontecer

O economista-chefe da Apex Partners S.A., Arilton Teixeira, fez uma palestra a empresários de Joinville em um recente encontro. Ele apresentou dados e analisou o ambiente macroeconômico nacional e internacional. A seguir, os principais pontos abordados.

Qual é a principal preocupação com o cenário nacional?

Arilton Teixeira: Há duas preocupações principais: a inflação em alta é uma delas. E o problema maior é o déficit fiscal. Provavelmente o governo não vai conseguir cumprir a meta proposta para este ano. E há incerteza também com a política monetária.

A política monetária preocupa?

Arilton: Certamente. Hoje, o Banco Central, com nove membros, tem quatro indicados pelo governo Lula. A partir de janeiro de 2025, serão cinco, e terá maioria. Isso gera estresse no mercado. É importante acompanhar para ver se o BC manterá sua posição técnica independente do governo.

A inflação está aumentando…

Arilton: A inflação pode fechar o ano em 4,10%. O mais sério é que a inflação futura aponta acima da meta. O último IPCA já foi de 4,45%.

O Brasil continuará crescendo. Qual é o prognóstico?

Arilton: Há expectativa de crescimento. Os números da indústria e serviços indicam aceleração. Um dado relevante: em junho, os investidores estrangeiros retornaram para a Bolsa de Valores de São Paulo. Para eles, a Bolsa brasileira está barata.

Qual é a estimativa de crescimento da economia brasileira?

Arilton: Para este ano, é de 2,2%. Será o quarto ano consecutivo de crescimento. É preciso ler o cenário, porque para ganhar dinheiro é necessário saber o que vai acontecer. Por exemplo, quando o mercado se estressa, os deságios do valor das empresas aumentam. Aí, podem surgir boas oportunidades de aquisições. A economia brasileira cresce em função do agronegócio.

Vem aí a reforma tributária, a partir de 2026.

Arilton: A reforma tributária vai favorecer o setor industrial, mas outros setores serão mais taxados. O chamado “imposto do pecado” vai alcançar a VALE.

E as várias reformas recentes?

Arilton: Não podemos esquecer que o país fez muitas reformas importantes entre 2016 e 2023. Claro que a reforma trabalhista não trouxe a quantidade de empregos prometida. Será necessária uma nova reforma trabalhista daqui a algum tempo. Lembro que pobre não se aposenta por tempo de trabalho, só por idade.

E temos o problema da qualidade da mão-de-obra.

Arilton: Nossa mão-de-obra é de péssima qualidade. O jovem não tem estabilidade emocional e é mal treinado. Sem falar da qualidade do ensino, que é muito ruim. O Brasil aparece na posição 77 no ranking mundial do ensino, de acordo com o PISA.

E no exterior, o que se percebe?

Arilton: Nos Estados Unidos, o crescimento é de 2,8%, com inflação de 2,6% – muito alta para os padrões deles. Os juros ficam entre 5% e 5,5%. E podem cair em setembro, talvez 0,5 ponto percentual.

Já se fala em recessão nos Estados Unidos.

Arilton: Por ora, não acredito. Não há fundamentos técnicos para isso. Porém, pode acontecer. Precisamos ficar atentos.

E a China?

Arilton: A China cresceu 4,7% no segundo trimestre. A inflação lá é de 0%. Os setores de manufatura e de serviços estão em queda. A China é o nosso grande comprador de commodities. Então, quando a China compra menos, os preços caem.

PP sai da disputa e vira vice do MDB em Joinville

Anelisio Machado deixou a pré -candidatura a prefeito de Joinville. E será vice na chapa de Luiz Cláudio Gubert, do MDB.

Exatamente isso: MDB e PP juntos. Algo absolutamente fora de cogitação nas décadas em que Luiz Henrique da Silveira e Esperidião Amin mandavam, sozinhos, nos partidos em âmbito estadual.

Agora, as duas siglas se unem porque sabem que isoladas, tem pouca força e poucos votos.

Restam na disputa Rodrigo Bornholdt (PSB), Adriano Silva (NOVO), Carlito Merss (PT), Sargento Lima (PL), além de Gubert.

Mão-de-obra diferenciada

A décima segunda edição da Interplast, importante feira do setor, começa nesta terça-feira, dia 13 de agosto, na Expoville.

Em seu discurso, o presidente do Sindicato da Indústria Plástica de Santa Catarina (Simpesc), Fernando Pedro de Oliveira, destacou: “Há mais de mil indústrias plásticas em Santa Catarina. Elas empregam 44 mil trabalhadores diretamente.”

E mais: “A feira ajuda a reforçar a posição de Santa Catarina, atraindo investimentos nacionais e internacionais. Joinville é o segundo maior polo de ferramentarias do país.”

E, na contramão de quase todos os empresários, dos mais diferentes setores da economia, Oliveira arremata: “A mão-de-obra técnica altamente qualificada nos diferencia”.

Reciclagem de embalagens aumenta; setor plástico fala em economia circular

O percentual vem aumentando, mas a reciclagem mecânica de embalagens representa somente 25% do total. A informação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica, Paulo Teixeira, na Interplast. Na União Européia, o percentual já chega a 30%.

Em sua fala, o líder empresarial avisou: “temos de falar em economia circular; é para lá que se direciona o futuro da indústria de transformação do plástico”.

Teixeira vai além e afirma a necessidade de reuso dos materiais. “O que sai da natureza tem de ser preservado”.

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